No bicentenário da morte do general, conheça alguns de seus filhos mais conhecidos
No dia 5 de maio de 1821, morria o imperador Napoleão Bonaparte. O político, que assumiria o comando da França e de diversos territórios da Europa após o período Primeira República da França, que se deu durante Revolução Francesa, ainda é um personagem histórico envolto de mistérios.
Ainda hoje, por exemplo, não há consenso acerca do que teria levado Napoleão a óbito enquanto estava sob custódia britânica, envenenamento ou um câncer no estômago. Além disso, há ainda outras teorias, como a que afirma que não foi Bonaparte quem morreu em Longwood House naquele mês de maio, mas outra pessoa.
E não foi a penas a morte do imperador que suscitou polêmicas. Em vida, Napoleão não deixou muitas informações sobre sua vida pessoal, em especial sobre seus filhos, dando margem a diversas dúvidas entre os historiadores.
Sabe-se que ele teve um único filho legítimo com a princesa Maria Luísa da Áustria, sua segunda esposa. No entanto, havia outros descendentes que não chegaram a ser reconhecidos oficialmente, já que eram frutos de relações extraconjugais do político.
Confira a seguir uma lista dos filhos mais conhecidos do general e o que sabemos sobre a vida de cada um deles.
Por muitos anos, Napoleão esperou que sua primeira esposa Josefina de Beauharnais, pudesse gerar um herdeiro, o que nunca ocorreu. Com o nascimento de seu filho Charles Léon com sua amante Eléonore, no ano de 1806, ele teve a certeza de que era um homem fértil, enquanto que Josefina era infértil. Assim, se separou e casou com Maria Luísa da Áustria.
Não existem muitas informações documentadas sobre a vida do conde Léon. Sabe-se que ele teve uma filha, Charlotte Mesnard.
A mulher revelou que o pai se casou com uma mulher de origem humilde e teve mais três filhos além dela, sendo que dois deles morreram na Primeira Guerra. Na ocasião, ela afirmou que seu filho era muito parecido com Napoleão, mas que infelizmente havia sido morto.
François Charles Joseph Bonaparte, conhecido como Napoleão II, foi o único filho do político considerado legítimo. Nascido em 20 de março de 1811, ele foi criado na corte de Viena, onde receberia o título de duque de Reichstad. Ele tinha apenas uma criança quando o pai teve de abdicar do trono, no ano de 1814.
O jovem recebeu uma educação filosófica, militar e bastante religiosa. Com apenas 12 anos, em 1823, entrou para o exército austríaco, onde atuou como cadete.
No entanto, foi somente em 1831 que o herdeiro de Napoleão foi convidado para servir em um batalhão austríaco. Era uma péssima decisão: no ano seguinte, contraiu pneumonia, fato que o deixou de cama por meses.
Em julho de 1832, aos 21 anos, o menino acabou morrendo precocemente no Palácio de Schönbrunn, vítima de tuberculose.
Nascido em Walewice, próximo à Varsóvia, em maio de 1810, Alexandre Colonna-Walewski é filho ilegítimo do imperador com a condessa Marie Walewska. Ela engravidou do general no momento em que residia próximo ao Palácio de Schönbrunn, em Viena, no qual Napoleão residiu de maneira temporária, explica a escritora Shannon Selin.
Quando a condessa e o bebê passaram a morar em Paris, Napoleão providenciou uma casa e sustento, no entanto, a relação com Maria Luísa deu fim ao caso. O imperador, vale ressaltar, ainda tinha contato com o filho.
Alexandre ficou conhecido por ter atuado como ministro das Relações Exteriores da França e por presidir o Congresso de Paris, responsável pela paz durante a Guerra da Crimeia, iniciada em 1853. Faleceu em 1868, aos 58 anos. A causa da morte é controversa e cita acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco.
Jules nasceu em Paris em 19 de agosto de 1805. Ele seria filho de Napoleão com uma mulher cuja identidade nunca foi revelada. No entanto, a paternidade se tornou um boato e nunca foi confirmada. Era jornalista, político e filósofo, sendo suas principais obras uma tradução de Aristóteles e os livros Des Védas (1854), Du Bouddhisme (1856) e Mahomet et le Coran (1865).
Como político, Jules exerceu importantes cargos no governo francês. Foi nomeado senador vitalício em 1875, e deputado, além de atuar como ministro das Relações Exteriores entre 23 de setembro de 1880 a 14 de novembro de 1881, contudo, acabou morrendo em sua cidade natal em 1895.