Desafio foi enfrentado por arqueólogo, que conseguiu recriar a Roma da época de Constantino I —quando atingiu seu auge em termos de tamanho e importância
Publicado em 04/09/2024, às 19h00 - Atualizado em 12/09/2024, às 18h27
A recriação do passado por meio de maquetes é uma forma de conectar o presente e a história, permitindo que as pessoas visualizem e compreendam as transformações ocorridas nas grandes cidades ao longo do tempo.
No Brasil, a cidade de São Paulo abriga uma rica herança histórica. Fundada em 1554, viveu uma série de transformações ao longo dos séculos, com uma geografia e uma paisagem urbana que mudaram drasticamente.
Hoje, com mais de 11 milhões de habitantes, São Paulo é uma metrópole marcada por arranha-céus, mas há 200 anos, a cidade, na realidade, era um aglomerado muito mais modesto, com construções de arquitetura colonial predominando no cenário.
Para aqueles interessados em visualizar essa São Paulo do passado, o Museu do Ipiranga oferece uma atração especial: uma maquete que recria a cidade em 1841. Essa obra, criada entre 1920 e 1922 pelo artista holandês Henrique Bakkenist, foi encomendada para celebrar o centenário da Independência do Brasil.
Se a maquete de São Paulo impressiona pela riqueza de detalhes e pela conexão com a história do Brasil, uma segunda obra mostra-nos como seria, em seu auge, uma cidade ainda mais antiga: Roma. Conhecida como Plastico di Roma Imperiale, a recriação da capital do Império Romano no século 4 d.C. é uma obra monumental que impressiona tanto pelo tamanho quanto pela precisão.
O Plastico di Roma Imperiale foi encomendado em 1933 pelo ditador Benito Mussolini, visando celebrar o nascimento de Augusto, o primeiro imperador de Roma. A tarefa foi dada ao arqueólogo italiano Italo Gismondi, que se dedicou à obra por 36 anos.
Utilizando um mapa de Roma feito por Rodolfo Lanciani em 1901, Gismondi conseguiu recriar a cidade na época de Constantino I, quando Roma atingiu seu auge em termos de tamanho e importância.
Com mais de 16 metros de comprimento e uma escala de 1:250, a maquete cobre uma vasta área da antiga Roma, incluindo o Coliseu, o Fórum Romano, e outros edifícios emblemáticos. Cada detalhe foi meticulosamente esculpido em gesso, oferecendo uma visão abrangente da cidade mais poderosa do mundo antigo.
Essa maquete, hoje exposta no Museu da Civilização Romana, é considerada uma das mais importantes referências para o estudo da Roma Antiga. Vale mencionar que seu nível de detalhamento é tal que foi usada por Ridley Scott como base para as cenas do filme Gladiador.