Localizada no Museu do Ipiranga, impressionante maquete do século passado nos mostra como era a cidade de São Paulo no passado; confira!
Publicado em 03/09/2024, às 11h00 - Atualizado em 05/09/2024, às 17h47
Uma das cidades mais populosas do mundo, considerada o centro financeiro do Brasil, a cidade de São Paulo hoje é habitada por mais de 11 milhões de habitantes. Ela foi fundada no dia 25 de janeiro de 1554 e, ao longo da sua história, ocorreu grande transformação na cidade e nas paisagens que ali podem ser vistas.
Palco de diversas instituições culturais, miscigenação de migrantes e uma rica tradição arquitetônica, São Paulo hoje é facilmente reconhecida pelo grande número de prédios. Mas, há 200 anos, a geografia da cidade era diferente de como conhecemos hoje.
Aqueles que apresentem curiosidade, podem encontrar no acervo do Museu do Ipiranga uma obra emblemática, que nos permite quase viajar no tempo: uma maquete da cidade de São Paulo do passado. Conheça mais sobre a obra!
Conforme repercutido pela Folha de S. Paulo, a maquete de São Paulo foi projetada e modelada entre 1920 e 1922 em gesso pelo artista holandês Henrique Bakkenist. Ela possui 6 metros de comprimento por 5,1 metros de largura, e foi encomendada pelo então diretor do Museu do Ipiranga, Afonso d'Escragnolle Taunay, inicialmente como forma de celebrar o centenário da Independência do Brasil, em 1922.
Inicialmente, a ideia era que Bakkenist reproduzisse São Paulo do ano de 1822, porém, devido à ausência de informações e registros sobre essa época, os diretores do museu decidiram alterar os planos, para que o artista holandês se inspirasse na região central da cidade registrada em uma carta de 1841, confeccionada na época pelo engenheiro Carlos Abrão Bresser.
Porém, Bakkenist ainda teve dificuldade no processo de criação, pois, se cobrava de uma grande fidelidade na reprodução do número de casas e terrenos. Além disso, o artista também empenhou-se em reconstruir pontos históricos que já existiam no período, adotando especialmente estilo de arquitetura colonial para preencher locais vazios.
Alguns destaques que a maquete merece estão nos prédios e locais que existem até hoje de São Paulo, que podem ser facilmente identificados e comparados. Entre eles, está o Mosteiro de São Bento e a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, além das igrejas da Sé e do Pátio do Colégio. Já as pequenas igrejas e casas reproduzidas, foram inspiradas diretamente em pinturas, ilustrações e fotografias antigas de Militão Augusto de Azevedo.
Vale mencionar ainda que a escala da maquete é estimada em cerca de 1 para 175. Ou seja, um homem que tivesse apenas 1 centímetro ali, na verdade representaria uma pessoa de 1,75 m.
+ Encomendada por Mussolini: a maquete perfeita de Roma que levou 35 anos para ser finalizada
Hoje, a maquete pode ser visitada por todos aqueles que forem ao Museu do Ipiranga.Em 2019, a obra precisou passar por uma série de trabalhos de recuperação, a fim de preservá-la com qualidade para os transeuntes da instituição.
Para tanto, foram realizadas ações de limpeza química, bem como de nivelamento das superfícies e recuperação na camada superior de gesso. Em seguida, partes da tinta foram corrigidas e algumas cruzes de igrejas foram substituídas — o que, embora pareça uma tarefa simples, certamente é um trabalho bastante detalhado e minucioso que demandou grande esforço, considerando o tamanho da maquete.
Devido às dimensões, inclusive, foi necessária a montagem de uma plataforma de metal sobre a obra para os restauradores, permitindo o acesso às áreas de seu centro. Já aqueles que desejarem observá-la, podem encontrar a maquete sobre uma base de madeira, a 50 centímetros de altura do chão, no centro de uma sala própria do Museu do Ipiranga.
