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Notícias / Mundo

Patrimônio em risco: Museus no Sudão são saqueados

Guerra interna resulta em pilhagem de antiguidades, alertando a Unesco e colocando em perigo a identidade cultural do país

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 14/09/2024, às 12h00

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Museu Nacional do Sudão - Reprodução/Governo do Sudão
Museu Nacional do Sudão - Reprodução/Governo do Sudão

O Sudão, país rico em história e cultura, enfrenta uma nova ameaça em meio a sua guerra interna. Valiosas estatuetas e peças de antigos palácios, preservadas em museus por décadas, estão sendo saqueadas e vendidas na internet, numa perda irreparável para o patrimônio cultural mundial.

A Unesco expressou sua profunda preocupação com o "nível sem precedentes" de ameaças à cultura sudanesa, com relatos de roubos em museus, sítios patrimoniais e arqueológicos.

O Museu Nacional de Cartum, recentemente restaurado e considerado o principal santuário das antiguidades sudanesas, foi um dos alvos mais atingidos. Segundo Ijlas Abdel Latif, diretora de museus da Autoridade Nacional de Antiguidades do Sudão, o local sofreu um "grande saqueamento". O museu abrigava uma rica coleção do período paleolítico e peças únicas das antigas dinastias egípcias e dos reinos de Kerma, Napata e Meroé, que floresceram na histórica região da Núbia.

Desde abril de 2023, o Sudão mergulhou em um conflito devastador entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR). As antiguidades do Museu Nacional foram vistas sendo "carregadas em grandes caminhões". O museu está localizado em uma área da capital controlada pelas FAR, que têm sido acusadas de facilitar ou mesmo promover os saques.

Situação grave

A Unesco estima que mais de 10 museus, centros culturais e outras instituições tenham sido saqueados ou vandalizados no Sudão desde o início do conflito. Na última quinta-feira, a agência da ONU fez um apelo ao "público e aos membros do mercado de arte" para evitar a compra e comercialização de bens culturais provenientes do Sudão. Essa prática poderia levar ao "desaparecimento de parte da identidade cultural sudanesa e comprometer a recuperação do país".

Pesquisadores e arqueólogos estão preocupados com o destino das peças saqueadas. Alguns dos artefatos já apareceram à venda na internet, com objetos apresentados como antiguidades egípcias sendo oferecidos por centenas de dólares.

Embora algumas peças sejam imitações, outras são genuínas e foram identificadas como provenientes do Museu Nacional. Há um temor especial pelo que pode acontecer com estátuas maiores e mais delicadas, que necessitam de manuseio especializado.