Famosa por sua beleza impecável, a imperatriz Elisabeth da Áustria mantinha uma dieta rigorosa e praticava exercícios físicos diariamente
Na série “A Imperatriz”, da Netflix, Elisabeth da Áustria – também conhecida como Sissi – é retratada como uma mulher cuja beleza cativante e sua obsessão por sua aparência definem grande parte de sua identidade.
Embora a produção seja ficcional, a dedicação da imperatriz ao cuidado com sua aparência é um aspecto real de sua vida, evidenciado pelos relatos históricos. Famosa por sua beleza, ela dedicava longas horas para cuidar de si mesma, passando três horas diárias com seus cabelos e uma hora para apertar sua cintura.
“Não apenas ela dedicava a maior parte do dia a permanecer bonita, como procurava se cercar de pessoas atraentes. Ela até mesmo mantinha um álbum com retratos de mulheres mais bonitas da Europa, que solicitava aos embaixadores austríacos nas cortes onde estavam acreditados”, documenta o livro "Sissi e o Último Brilho de Uma Dinastia", escrito por Paulo Rezzutti e Cláudia Thomé Witte.
Conforme os autores, Sissi mantinha um cuidado excessivo com o peso, algo quase incompreensível para sua época, quando o padrão de beleza valorizava mulheres mais robustas.
Ela permaneceu muito magra ao longo de sua vida. Com 1,72 metro de altura — vários centímetros mais alta que o marido, Franz Joseph — seu peso variava entre 45 e 50 quilos, exceto durante as gestações.
Sua cintura tinha apenas cinquenta centímetros, que os espartilhos reduziam ainda mais para quarenta. Para manter essa circunferência tão estreita, ela usava um espartilho especial apertado em três lugares diferentes, num processo que chegava a demorar uma hora", afirma o livro.
A imperatriz se pesava diariamente e seguia uma dieta rigorosa, que, em determinados períodos, consistia principalmente em líquidos, como sopas leves, laranjas, leite e cerveja. A única exceção eram os sorvetes e, ocasionalmente, doces, especialmente pétalas de violeta cristalizadas.
Essa alimentação restritiva acabou provocando uma grave anemia, e parte do tratamento para sua recuperação envolvia o consumo de grandes quantidades de carne vermelha. “Para fazer isso sem abandonar seu regime, Sissi mandava espremerem carne de vaca num equipamento e em seguia bebia o suco resultante”, contam os autores.
Além disso, ela praticava exercícios todos os dias, incluindo caminhadas, passeios a cavalo e levantamento de peso. A imperatriz mandou instalar salas de exercício com barras não apenas no Hofburg, mas em todos os palácios que habitava, incluindo Gödölő, e dedicava-se a intermináveis sessões diárias.
Para afastar a fome, Sissirecorria ao fumo. Na época, cigarros e charutos eram considerados hábitos exclusivamente masculinos e impróprios para uma dama, o que fez com que a notícia de que ela e sua irmã Maria fumavam se tornasse um assunto de repercussão internacional.
Em 1890, relata a obra, o Los Angeles Times publicou que a imperatriz austríaca fumava de trinta a quarenta cigarros turcos por dia, além de um charuto após o jantar. A prática chegou a gerar desaprovação até da rainha Vitória da Inglaterra.
O hábito de fumar agravou um problema que sempre incomodou Sissi: seus dentes amarelados. Durante o noivado, a arquiduquesa Sophie já havia notado essa questão e sugerido que ela fosse orientada a melhorar os cuidados com a higiene bucal.
No entanto, a má alimentação, aliada ao tabagismo, foi prejudicando cada vez mais a dentição da jovem, e Sissi acostumou-se a esconder a boca atrás de leques. “Ela também evitava falar e sorrir em público para não mostrar os dentes, o que gerou a imagem de uma mulher atraente, mas que seria pouco inteligente a ponto de não abrir a boca”, diz o livro.