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Notícias / Palestina

Em nova decisão, ONU discutirá a criação do Estado Palestino

Organização aprovou a realização de uma cúpula para discutir o tema, que já é pauta de longos anos de conflito no Oriente Médio

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 04/12/2024, às 14h08

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Bandeira da Palestina - Wikimedia Commons
Bandeira da Palestina - Wikimedia Commons

A Assembleia-Geral da ONU aprovou, nesta terça-feira, 3, uma resolução que estabelece a realização de uma conferência internacional para discutir a criação de um Estado palestino. O evento está agendado para ocorrer em junho de 2025, em Nova York.

A resolução foi aprovada por 157 votos a favor, incluindo o do Brasil, e 8 votos contrários (Argentina, Hungria, Israel, Micronésia, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné e Estados Unidos). Outros 7 países se abstiveram (Camarões, República Tcheca, Equador, Geórgia, Paraguai, Ucrânia e Uruguai).

De acordo com a ONU, o objetivo da medida é reforçar o apelo por uma "paz justa, abrangente e duradoura no Oriente Médio". O texto, além de prever a conferência no próximo ano, reafirma o apoio à solução de dois Estados: um israelense e outro palestino, "vivendo lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras reconhecidas".

O Brasil sempre foi a favor da solução de dois Estados. O tema foi debatido na cúpula do G20, realizada em novembro no Rio de Janeiro, e também foi mencionado pela primeira vez na declaração final dos líderes.

A ONU se pronunciou sobre a decisão por meio de uma nota oficial: "Afirmando o direito palestino à autodeterminação, reafirmamos nosso compromisso inabalável com uma solução de dois Estados, em que Israel e um Estado palestino convivam lado a lado em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, conforme o direito internacional e as resoluções relevantes da ONU". A declaração também apoia um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano.

Guerra em Gaza

A guerra na Faixa de Gaza, iniciada em outubro de 2023, já resultou em mais de 44 mil mortes e no deslocamento quase total da população da região, de acordo com o escritório de ajuda humanitária da ONU (Ocha). Entre as vítimas, mais de 40 mil foram identificadas, com maioria composta por mulheres, crianças e idosos. O conflito começou após um grande ataque do Hamas contra território israelense.

Israel tem enfrentado críticas durante a guerra, especialmente em relação à proporcionalidade de suas ações. No domingo (1º), Moshe Ya'alon, ex-ministro da Defesa do país, acusou o governo israelense de crimes de guerra e limpeza étnica em Gaza.

Em janeiro, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que Israel adotasse medidas para evitar genocídio na guerra contra o Hamas, embora não tenha decidido se os crimes ocorreram — decisão que pode levar anos para ser julgada.

Já o Tribunal Penal Internacional (TPI), responsável por julgar pessoas envolvidas no conflito, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por  crimes de guerra e contra a humanidade.