De cabeça de Cristo a túmulo de chumbo: reconstrução da catedral revelou achados inéditos para a arqueologia; confira o que foi recuperado!
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/12/2024, às 19h44
Foram necessários anos para que a Catedral de Notre-Dame, em Paris, se recuperasse do devastador incêndio de 2019. Durante o processo de escavação e remoção de escombros, os arqueólogos descobriram ícones artísticos valiosos e surpreendentes, mesmo para aqueles que já estavam familiarizados com o local.
O Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica da França (INRAP) foi o responsável pelas escavações na catedral. O trabalho da equipe revelou uma série de descobertas, incluindo 1.035 fragmentos de obras de arte e informações históricas importantes sobre a catedral. O projeto inicial, que duraria apenas cinco semanas, acabou sendo estendido por mais dois meses.
Entre os itens encontrados, estavam esculturas perdidas por séculos, algumas das quais foram expostas no Musée de Cluny. A exposição permanece aberta até março de 2025, repercute o UOL.
Além das esculturas, outros itens impressionantes foram descobertos, como caixões de chumbo, incluindo suspeitas de que um deles possa ser do poeta Joachim du Bellay (1522-1560).
Outra descoberta significativa foi um biombo de três metros, datado do século XIII. O biombo, que separava o coro e o santuário da catedral da vista do público, foi desmontado e parcialmente destruído no século XVIII, quase desaparecendo completamente.
Dentre as peças mais notáveis estavam estátuas de calcário de cabeças e troncos, que pertenciam a esse biombo. Entre elas, foi encontrada uma escultura da cabeça de Jesus Cristo, em um estado que sugere que a figura estava "adormecida".
Hoje, ao entrar pelo portão central da catedral, os visitantes podem ver o altar e o coro ao fundo. No entanto, no século XVIII, a visão era obstruída pelo biombo e por um grande crucifixo. Christophe Besnier, chefe de pesquisa arqueológica do INRAP, comentou sobre a importância da descoberta de outros elementos esculpidos na seção transversal da catedral.
"Eles estão lá, adormecidos. O importante agora é garantir que esses fragmentos não sejam destruídos", afirmou Besnier ao jornal Libération.
A Catedral de Notre-Dame foi reaberta no último sábado, 7. No entanto, ainda não se sabe quando os trabalhos de escavação para encontrar mais peças históricas serão retomados.
