Nova teoria sugere que a discípula de Cristo estaria presente na obra-prima de Michelangelo, escondida à vista de todos por séculos
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/12/2024, às 15h50 - Atualizado às 16h03
Um novo mistério envolvendo uma das obras de arte mais famosas do mundo pode ter sido desvendado. A restauradora italiana Sara Penco afirma ter 'encontrado' a figura de Maria Madalena escondida na pintura "The Last Judgmente" (O Juízo Final) de Michelangelo, na Capela Sistina.
Em seu novo livro, "Maria Madalena no Julgamento de Michelangelo", Penco argumenta que uma mulher loira beijando uma cruz, localizada no canto direito da pintura, é, na verdade, a lendária discípula de Cristo, informa o New York Post. Essa figura, embora discreta entre as mais de 300 presentes na obra, teria sido intencionalmente colocada por Michelangelo, teoriza a pesquisadora.
"Estou firmemente convencida de que esta é Maria Madalena", declarou Sara em uma conferência de arte em Roma. A especialista destaca a "intimidade com a cruz, o vestido amarelo e o cabelo loiro" da figura, além de sua posição de destaque na pintura, como evidências que sustentam sua teoria.
"Michelangelo era um pintor especialista, era muito culto, era alguém que conhecia muito bem a dinâmica da igreja, conhecia os evangelhos e não poderia tê-la esquecido", seguiu ela na conferência.
A ideia de que Michelangelo teria incluído Maria Madalena em sua obra-prima não é nova. No entanto, a pesquisadora apresenta uma análise detalhada da pintura, combinando iconografia e teologia, para fortalecer sua argumentação.
A Professora Yvonne Dohna Schlobitten, da Universidade Gregoriana, em Roma, também apoia a teoria, destacando a importância do papel da mulher na obra.
A busca por significados ocultos nas obras de arte é uma prática comum entre historiadores e críticos.Michelangelo, conhecido por sua maestria e por sua profunda conexão com a fé cristã, era um mestre em simbologia. A descoberta de Sara, caso confirmada, seria mais um exemplo da complexidade e da riqueza de detalhes presentes em suas obras.
Segundo o 'New York Times', é importante ressaltar que a teoria ainda precisa ser amplamente debatida e analisada pela comunidade científica. No entanto, sua pesquisa abre novas perspectivas para a interpretação de uma das obras de arte mais importantes da história.
A suposta descoberta de Maria Madalena na Capela Sistina não é a única surpresa relacionada à obra. Uma pesquisa recente sugere que o artista teria gravado uma mulher lutando contra o câncer de mama em um dos afrescos do teto da capela.