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Notícias / Notre Dame

A impressionante cabeça de Jesus Cristo encontrada na catedral de Notre Dame

Arqueólogos encontraram escultura nos escombros da igreja, que sofreu um incêndio em 2019 e reabre neste mês de novembro

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 22/11/2024, às 15h15

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Escultura encontrada na catedral - Reprodução/Instagram
Escultura encontrada na catedral - Reprodução/Instagram

Em 2019, um incêndio devastador atingiu a catedral de Notre-Dame, um dos principais monumentos arquitetônicos de Paris, na França. Agora, em novembro de 2024, a igreja reabre suas portas para visitação.

Durante o processo de reconstrução, uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta notável em 2022: uma estátua de madeira com a cabeça de Jesus Cristo. À época, a relíquia foi pouco divulgada para não comprometer o andamento das obras. Além dessa peça, outros artefatos históricos foram recuperados entre os escombros.

Esculturas e destroços de arcos da catedral - Denis Gliksman/Inrap

A estátua, localizada no coro da catedral, retrata Jesus Cristo morto, com olhos fechados e uma expressão de serenidade. A peça é rica em detalhes, como a barba cuidadosamente talhada, o cabelo ondulado e o nariz intacto, características raras em esculturas antigas, que frequentemente perdem essas extremidades com o passar do tempo. 

O artefato será exibido na exposição "Faire parler les pierres, sculptures médiévales à Notre-Dame" ("Fazendo as pedras falarem: esculturas medievais em Notre-Dame", em tradução livre), com outros 30 fragmentos esculpidos encontrados durante a reconstrução da catedral.

Achados nas escavações

Além da estátua de Jesus Cristo, outros itens notáveis foram descobertos. Para a conclusão das obras, foi preciso instalar 600 toneladas de andaimes e construir uma laje de concreto para sustentar a estrutura.

Em 2 de fevereiro de 2022, uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas de Arqueologia Preventiva (Inrap) foi mobilizada para recuperar artefatos enterrados nos escombros.

Mais detalhes dos escombros - Denis Gliksma/Inrap

Os arqueólogos escavaram uma área de cerca de 100 metros quadrados, com profundidade de 40 centímetros, e encontraram:

  • Estruturas usadas para estabilizar a superfície da construção, além de uma rede de dutos e aquecedores que datam de aproximadamente 1860.
  • Vestígios de um arco medieval, esculpido no século XIII, que separava o coro do setor principal da catedral.
  • Um caixão de chumbo em formato humano, que se acredita pertencer a alguém da elite, já que o enterro no coro da catedral era um privilégio reservado a figuras importantes.

O caixão foi enviado para o Instituto Médico Forense de Toulouse, onde análises indicaram, em setembro de 2024, que ele poderia pertencer ao poeta renascentistaJoachim du Bellay, enterrado em Notre-Dame. No entanto, essa hipótese ainda não foi confirmada cientificamente.

Apesar das descobertas, nem todos os achados foram retirados. Segundo os pesquisadores, ainda há elementos esculpidos que permanecem no local, "adormecidos". 

A exposição na catedral de Notre-Dame já está aberta ao público, celebrando a história e a arte preservadas ao longo dos séculos.