Do dodecaedro romano aos tambores de giz, esses objetos fizeram parte do passado e ainda seguem intrigando os pesquisadores; entenda!
Publicado em 28/10/2024, às 18h00 - Atualizado em 29/10/2024, às 10h28
Uma descoberta arqueológica deixa geralmente os pesquisadores impressionados. Mas os especialistas ficam ainda mais perplexos e confusos quando eles encontram algum objeto ou artefato cujo uso não é óbvio.
E, apesar do tempo de estudo e pesquisa sobre determinado artefato, eles ainda permanecem cercados de mistérios. Confira 5 artefatos arqueológicos que continuam a intrigar os pesquisadores!
Artefato de doze lados, daí seu nome, os dodecaedros romanos são artefatos com um buraco em cada uma de suas faces e pequenas esferas decorando cada um de seus cantos. Os objetos foram encontrados em assentamentos romanos na Grã-Bretanha e são datados entre os séculos 2 d.C e 3 d.C.
Sua primeira descoberta se deu em 1793 e, desde então, pouco mais de 100 relíquias do tipo foram encontradas ao longo dos anos. Manufaturados com liga de cobre, os dodecaedros romanos seguem sendo um mistério, visto que o objeto nunca foi mencionado na arte ou literatura do passado e os artefatos encontrados tampouco apresentam sinais de desgaste que pudessem explicar seu uso.
Em 1889, arqueólogos tiveram uma surpresa ao descobrirem a tumba de uma criança que estava enterrada em Folkton, no norte de Yorkshire, na Inglaterra. Afinal, no local foram encontrados três cilindros de giz esculpido — com decorações que se assemelham com um rosto.
Outras descobertas do tipo só ocorreram anos depois, em 1993 e 2015, quando, também na Inglaterra, foram localizados outros artefatos do tipo — sendo um deles mais simples, sem tantos desenhos, e outro mais adornado.
Segundo recorda o DW, os itens foram datados de entre 3005 a.C. e 2890 a.C.. Apesar do nome dado aos objetos, acredita-se que eles não tenham sido usados como instrumentos de percussão, já que não existem sinais de desgaste mecânico.
Até hoje não se sabe qual o significado e para o quê os artefatos eram usados. Chegou-se a especular que as gravações nos tambores de giz pudessem estar associadas a observações astronômicas, mas o fato deles terem sido encontrados em tumbas de crianças faz com que a explicação não seja tão plausível assim.
Além dos dodecaedros romanos, as terras do Reino Unidos também revelaram outro objeto que causa mistério. Na Escócia, enquanto escavavam sepulturas e assentamentos do Neolítico (também conhecido como Idade da Pedra, entre 3.200 e 2.500 a.C.), pesquisadores encontraram esferas talhadas em pedras.
As decorações são as mais variadas possíveis, e raramente são idênticas. Os desenhos mais comum nos artefatos são espirais ou formas concêntricas. Mas qual era seu uso?
Em artigo publicado no The Conversation, a pesquisadora Natasha Harlow, do Departamento de Arqueologia da Universidade de Nottingham, especula: "Eram mísseis para deter depredadores e pestes? Armas de guerra? Brinquedos? Ou talvez pesos de medida, adornos domésticos, dispositivos mnemotécnicos, rolamentos para mover megalitos, suportes para fios de tear?".
Os almofarizes são usados para moer ou triturar pequenas quantidades de produtos e foram esses objetos encontrados na Grã-Bretanha ocupada pelo domínio romano — por volta do ano 100 a.C..
Os cosméticos feitos de liga de cobre possuem a forma de aves aquáticas e até de bovinos, sendo geralmente compostos por duas partes: o almofariz em si, geralmente um morteiro oblongo com ranhuras, e um pilão encurvado.
Uma análise na gastura do item revelou que ele era esfregado em uma ação de moagem lateral, mas a grande dúvida em torno do objeto era justamente qual seria essa substância. Afinal, alguns dos objetos também possuíam motivos fálicos, o que poderia sugerir a preparação de medicamentos afrodisíacos. Mas os pesquisadores também não descartam o uso para cosméticos ou narcóticos.
A Idade do Bronze 1000 - 800 a.C.) ficou marcada pelo excepcional trabalho com o ouro. Em regiões da Irlanda, Grã-Bretanha e partes da França, pesquisadores encontraram anéis penanulares (abertos) com decorações feitas de folha e fios de ouro.
Geralmente encontrado em pares, eles podem ser simples ou marcados com gravuras. Segundo Harlow, interpretações mais recentes sugeriram que eles poderiam ser piercings de nariz, brincos ou até mesmo enfeites de cabelo. Mas a pesquisadora salienta que "vários elementos de seu design os tornariam difíceis ou incômodos de usar", tornando seu uso um mistério.
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