Já disponível no catálogo da plataforma de streaming Netflix, Joy narra a história real da criação do procedimento de fertilização in vitro
Já disponível na plataforma de streaming Netflix, o filme "Joy" se baseia na história real da criação da técnica de fertilização in vitro (FIV).
No longa-metragem, os assinantes conhecem não só a história de Louise Joy Brown, o primeiro bebê concebido através da técnica, mas os cientistas por trás do processo revolucionário.
O drama biográfico da Netflix busca lançar luz sobre esses aspectos, ao contar a história dos pioneiros da fertilização in vitro e o papel de Jean Purdy, cuja contribuição essencial acabou esquecida na História.
"Nascida em 1978, Louise Joy Brown foi o primeiro bebê por fertilização in vitro do mundo. Mas quem são os cientistas que tornaram isso possível?", destaca a sinopse da produção.
O elenco do filme inclui Thomasin McKenzie, James Norton e Bill Nighy, que interpretam os pesquisadores dedicados a essa empreitada. Com isso em mente, conheça a história real por trás do filme.
Antes do marco histórico de 25 de julho de 1978, casais que enfrentavam dificuldades para conceber naturalmente encontravam poucas soluções eficazes.
Contudo, uma equipe composta por Steptoe, um cirurgião, Edwards, um cientista, e Purdy, uma embriologista, desafiou as probabilidades para desenvolver a técnica que entrou para a História.
A jornada iniciou-se em 1969, quando Edwards fertilizou com sucesso um óvulo fora do útero no Hospital Dr Kershaw's Cottage, em Manchester. Ao lado de Steptoe, eles implantaram embriões em 282 mulheres, mas as gestações não foram bem-sucedidas.
Como era de se esperar, o desafio se tornou a missão de suas vidas. A colaboração com Purdy foi essencial; sua experiência sobre o corpo feminino e dedicação culminaram na criação de um tratamento viável para infertilidade.
A pesquisa foi realizada em condições adversas. Operando a partir de um modesto laboratório no Hospital Cottage e financiados por recursos próprios, os três profissionais realizaram seus experimentos durante o tempo livre, explica o Luxury London.
Enquanto Steptoe e Edwards mantinham empregos fixos, Purdy gerenciava o laboratório e apoiava emocionalmente as pacientes. Eles utilizaram técnicas laparoscópicas para coletar óvulos dos ovários, fertilizá-los in vitro e implantar os embriões no útero, contornando problemas comuns nas trompas de Falópio.
O ceticismo inicial deu lugar à esperança quando Lesley e John Brown tiveram Louise Joy Brown em julho de 1978, o primeiro bebê concebido via FIV. Louise recorda o impacto da atenção pública sobre sua mãe.
"Minha mãe odiava a atenção. Ela era tímida, quieta e só queria um bebê. Ela e meu pai estavam tentando há nove anos. Ela nem sabia que era a primeira gravidez bem-sucedida de fertilização in vitro até bem tarde, então foi um choque", explicou ela ao The Telegraph.
Após o nascimento de Louise, Alastair MacDonald se tornou o primeiro menino nascido por FIV em janeiro de 1979. Mesmo com esses avanços científicos rodando o mundo, o apoio oficial continuou escasso até que Purdy fundou Bourn Hall em 1980, o primeiro centro dedicado à FIV no mundo. Desde então, milhões de bebês nasceram graças à técnica.
Infelizmente, Jean Purdy faleceu em 1985 devido a um melanoma maligno sem receber o reconhecimento devido durante sua vida. Seu legado, porém, é imortalizado pela contribuição significativa para a ciência da reprodução assistida.