De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, apenas 5% da população sudanesa consegue pagar uma refeição por dia
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU alertou nesta quarta-feira, 6, que a guerra prolongada de quase 11 meses entre generais rivais no Sudão pode desencadear a "pior crise de fome no mundo".
O conflito entre o comandante do Exército, Abdel Fatah al Burhan, e Mohamed Hamdan Daglo, líder das paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR), resultou em dezenas de milhares de mortes, infraestruturas destruídas e uma economia arrasada.
Além disso, mais de oito milhões de pessoas foram deslocadas, juntando-se aos dois milhões que já haviam fugido antes do conflito, tornando-se a maior crise mundial de deslocados.
De acordo com informações da agência de notícias AFP, ambas as organizações, FAR e Exército, foram acusadas de realizar bombardeios indiscriminados em áreas residenciais, ataques contra civis e de bloquear a entrega de ajuda humanitária.
Atualmente, o PMA enfrenta dificuldades para alcançar 90% das pessoas em situação de "emergência de fome", sendo que apenas 5% da população sudanesa consegue pagar uma refeição por dia.
Nos campos de trânsito no Sudão do Sul, onde 600 mil sudaneses buscaram refúgio, as famílias chegam já famintas, encontrando ainda mais fome, alertou a agência da ONU. De cada cinco crianças que cruzam a fronteira, uma está desnutrida.
No Sudão, 18 milhões de pessoas enfrentam grave insegurança alimentar, com cinco milhões vivenciando níveis catastróficos de fome.