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Matérias / Bandida - A Número 1

Bandida - A Número 1: A mulher que inspirou o filme foi vendida pela avó?

Filme mais assistido por brasileiros na Netflix, Bandida - A Número 1 se inspira em uma verdadeira história; confira detalhes

por Thiago Lincolins
[email protected]

Publicado em 15/09/2024, às 13h15 - Atualizado em 16/09/2024, às 15h24

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Cena do filme (à esqu.) e Raquel de Oliveira (à dir.) - Divulgação e arquivo pessoal
Cena do filme (à esqu.) e Raquel de Oliveira (à dir.) - Divulgação e arquivo pessoal

Filme mais assistido por brasileiros na Netflix neste domingo, 15, "Bandida - A Número 1" acompanha Rebeca, interpretada por Maria Bomani, que se tornou a primeira mulher a comandar o tráfico na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. 

"Aos nove anos, Rebeca (Maria Bomani) é vendida pela avó para pagar uma dívida de jogo. Trabalhando para o maior bicheiro da Rocinha, ela sobe na hierarquia do crime e se torna a primeira mulher a comandar o tráfico na favela", resume a sinopse do filme.

O filme fictício se inspira na trajetória de Raquel de Oliveira. Ela assumiu o posto de líder do tráfico de drogas na Rocinha após a morte de seu namorado, Ednaldo de Souza. Sua saga de autos e baixos é retratada no romance "A Número Um", que inspirou a personagem do longa-metragem de sucesso.

Alerta spoiler!

Como narra o filme, aos nove anos a protagonista é vendida pela avó, como maneira de pagar uma dívida de jogo. Assim, a criança passa a trabalhar para um bicheiro da comunidade.

Como muitos filmes baseados em histórias reais são adaptados, muitos podem se questionar se esse detalhe específico do longa-metragem é real. Em 2017, durante entrevista à BBC, Raquel relembrou sua infância conturbada. 

Ela explicou que, quando tinha apenas nove anos, a sua avó a vendeu para o "sistema político vigente na época, que era o jogo de bicho", descrito por ela como uma prática comum. 

Oliveira explicou ao veículo que não foi "transformada em prostituta e nem usada sexualmente" pelo homem que fez o acordo com a sua avó. Esse fato, explicou ela, tem conexão com um "sincronismo religioso". 

"Ele teve que me assumir como padrinho. Aí entra um sincronismo religioso. Ogum nasceu na terra e deu a ordem. O bicheiro era muito ligado a São Jorge, que na umbanda é Ogum. Eu dei essa sorte, aconteceram uns sinais", disse ela. 

Outros detalhes

Na entrevista, Raquel também explicou à BBC que seu pai era pedófilo e sua mãe não o enfrentava. Em momentos difíceis, a menina chegava a ficar uma semana trancada em casa.

"Eu tinha 6 anos. Comecei a sair pela janela e a andar em cima dos telhados da favela. A gente passava muita fome. Cheirava cola para enganar a fome. A maconha já rolava entre os mais velhos e a gente passou a fumar também", disse ela.

O filme "Bandida - A Número 1" já pode ser assistido no catálogo da plataforma de streaming Netflix. Além disso, o livro que inspirou o longa-metragem pode ser adquirido através de Raquel nas redes sociais.