O novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, prometeu garantir que a polícia da moralidade não "incomode" as mulheres que não usam o véu islâmico
O novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, prometeu usar seu poder para garantir que a polícia da moralidade não "incomode" as mulheres que não usam o véu islâmico, repercute a AFP.
A polícia da moralidade não deveria enfrentar [as mulheres]. Haverá um acompanhamento para garantir que não sejam incomodadas", disse em coletiva de imprensa. O novo líder iraniano substituiu o ultraconservador Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero em maio.
A declaração, feita nesta segunda-feira, 16, coincide com o segundo aniversário da morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos que foi detida pela polícia da moralidade por uma suposta violação do rigoroso código de vestimenta islâmico.
A morte de Mahsa desencadeou meses de protestos no Irã, com centenas de mortos em confrontos e milhares de presos. Os manifestantes, liderados por mulheres, denunciaram o uso obrigatório do hijab (que cobre a cabeça) e o conservadorismo religioso que prevalece desde a revolução islâmica de 1979, segundo a AFP.
As autoridades descreveram as manifestações como "tumultos" orquestrados por países ocidentais. Pezeshkian, que era membro do Parlamento na época, criticou fortemente a polícia em setembro de 2022 pela morte da jovem.