Em novo documentário, Mohamed Al-Fayed é acusado de abusar de cinco mulheres

Ex-proprietário da Harrods, o empresário egípcio Mohamed Al-Fayed foi recentemente acusado de ter estuprado cinco mulheres, além de ter abusado sexualmente pelo menos outras 15 funcionárias da Harrods, segundo uma nova investigação da BBC. As novas acusações são apontadas no novo documentário 'Al Fayed: Predator at Harrods'.

Ao todo, conforme noticia o The Guardian, mais de 20 mulheres — todas ex-funcionárias de Fayed — disseram ter sido abusadas sexualmente pelo empresário. Em resposta, os atuais donos da loja alegaram estar "completamente chocados" com as acusações, e pediram desculpas às vítimas.

Estamos completamente chocados com as alegações de abuso perpetradas por Mohamed Al-Fayed. Essas foram as ações de um indivíduo que pretendia abusar de seu poder onde quer que operasse e as condenamos nos termos mais fortes. Também reconhecemos que durante esse tempo, como empresa, falhamos com nossos funcionários que foram suas vítimas e, por isso, pedimos sinceras desculpas", disse a Harrods em declaração.

"A Harrods de hoje é uma organização muito diferente daquela de propriedade e controlada por Al-Fayed entre 1985 e 2010; é uma organização que busca colocar o bem-estar de nossos funcionários no centro de tudo o que fazemos", acrescenta a nota, que ainda prossegue:

"É por isso que, desde que novas informações vieram à tona em 2023 sobre alegações históricas de abuso sexual por Al-Fayed, tem sido nossa prioridade resolver as reivindicações da maneira mais rápida possível, evitando longos procedimentos legais para as mulheres envolvidas. Este processo ainda está disponível para quaisquer funcionários atuais ou antigos da Harrods".

"Embora não possamos desfazer o passado, estamos determinados a fazer a coisa certa como organização, movidos pelos valores que defendemos hoje, ao mesmo tempo em que garantimos que tal comportamento nunca se repita no futuro".

Vale mencionar ainda que outra razão para o nome de Mohamed Al-Fayed se relaciona a uma família secular e bastante tradicional no Reino Unido: a Família Real Britânica. Ele era pai de Dodi Al-Fayed, produtor cinematográfico que namorava a ex-princesa Diana na época em que ela morreu, que também faleceu após o fatídico acidente de carro em 31 de agosto de 1997, em Paris.

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Acusações

Mohamed Al-Fayed vendeu a Harrods em 2010, e faleceu em 30 de agosto do ano passado, aos 94 anos. No entanto, embora nunca tenha sido sentenciado de fato, em seu histórico constam repetidas alegações de assédio sexual de funcionárias.

Em 2009, por exemplo, o Crown Prosecution Service — a principal agência governamental para conduzir processos criminais na Inglaterra e no País de Gales — decidiu não acusar o empresário pela alegação de que ele teria abusado sexualmente de uma garota de 15 anos em sua loja.

Além disso, em 2013 ele também foi interrogado por autoridades depois que uma mulher disse ter sido atacada sexualmente no apartamento de Fayed em Park Lane, logo após uma entrevista de emprego com o empresário. O caso até chegou a ser reaberto em 2015, mas nenhuma acusação caiu sobre Fayed, que sempre negou qualquer alegação.

Já no documentário da BBC, novos relatos são compilados, incluindo de uma mulher que disse ter sido estuprada quando adolescente no apartamento de Fayed em Park Lane. Além dela, outras três mulheres disseram que também foram atacadas na propriedade; e uma outra disse que foi estuprada no apartamento do empresário na Villa Windsor, em Paris — e depois forçada a se lavar com desinfetante.

Os produtores do novo documentário, por sua vez, disseram que as mulheres que foram vítimas de Fayed decidiram se manifestar depois que o empresário egípcio foi retratado com simpatia na série 'The Crown', da Netflix. Nesses episódios em que aparece, o foco está em seu relacionamento com a princesa Diana e com seu filho, Dodi, bem como o acidente de carro que os vitimou em 1997.