Em 1989, os Irmãos Menendez chocaram os Estados Unidos ao matarem os próprios pais; caso ainda divide opiniões nos Estados Unidos
Publicado em 24/08/2024, às 12h00 - Atualizado em 28/08/2024, às 09h41
O crime dos Irmãos Menendez vai ganhar uma nova interpretação na série da Netflix, dirigida por Ryan Murphy, criador de "Dahmer: Um Canibal Americano".
A produção, que estreia em 19 de setembro, promete explorar os detalhes sombrios do caso, que abalou os Estados Unidos e continua a gerar controvérsias décadas depois.
A seguir, confira o que você precisa saber antes da estreia da produção exclusiva da plataforma de streaming.
Em 1989, os irmãos Lyle, 21, e Erik Menendez, 18, chocaram os EUA ao assassinarem os próprios pais, os milionários José e Kitty Menendez, a tiros em sua mansão localizada em Los Angeles.
O caso teve ampla cobertura midiática e, em 1995, os irmãos foram condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
A Promotoria sustentou que o motivo do crime foi a ganância, argumentando que Lyle e Erik mataram os pais para herdar a fortuna da família.
Conforme informações do portal Splash, do UOL, a defesa dos irmãos apresentou uma versão diferente: fora alegado que o crime se deu pelos abusos sexuais que os dois teriam sofrido por parte do pai, com a conivência da mãe.
Segundo os advogados de defesa, Lyle e Erik agiram em legítima defesa após anos de abuso. No entanto, essas alegações de abuso nunca foram comprovadas no tribunal, o que gerou debates acalorados sobre a verdadeira motivação dos assassinatos.
Em maio de 2023, os advogados de Erik e Lyle Menendez apresentaram novas evidências que podem mudar o curso da história. Uma carta escrita por Erik a seu primo, Andy Cano, em dezembro de 1988, revela o sofrimento e o medo que ele sentia em relação ao pai. "Isso ainda está acontecendo, Andy, mas está pior para mim agora", diz um trecho.
"Ele está tão acima do peso que não suporto vê-lo. Eu nunca sei quando isso (sic) vai acontecer e isso está me deixando louco. Todas as noites fico acordado pensando que ele pode entrar. Preciso tirar isso da cabeça. Eu sei o que você disse antes, mas estou com medo. Você simplesmente não conhece o papai como eu. Ele é louco! Ele me alertou centenas de vezes sobre contar a alguém, especialmente a Lyle. Eu sou realmente um covarde? Não sei se vou superar isso. Eu posso lidar com isso, Andy. Preciso parar de pensar nisso", escreveu.
A carta, descoberta por Marta Cano, irmã mais nova de José Menendez, foi compartilhada com um jornalista e posteriormente com os advogados de Erik. Essa nova evidência alimenta a tese de que os irmãos agiram sob uma ameaça constante de abuso.
No ano seguinte à condenação, de acordo com informações da BBC, a Justiça determinou que os irmãos fossem mantidos separados, após um investigador do caso sugerir que eles poderiam planejar uma fuga juntos.
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Eles só voltaram a se encontrar duas décadas depois, em 2018, quando Lyle Menendez teve sua classificação de periculosidade reduzida e foi transferido para a Unidade Corretiva RJ Donovan, em San Diego, que abriga seu irmão, Erik.
A petição dos irmãos também trouxe à tona uma acusação de Roy Rossello, ex-integrante da banda Menudo, que afirma ter sido estuprado por José Menendez, então executivo da RCA Records. Essa revelação adiciona uma nova camada ao caso, reforçando as alegações dos irmãos de que José Menendez era um abusador.
Até o momento, a justiça não se pronunciou sobre o novo pedido dos irmãos, mas o caso continua a atrair atenção e debates, especialmente com a estreia da série da Netflix.
