Responsáveis por crimes hediondos, diferentes serial killers foram entrevistados enquanto aprisionados; relembre
Décadas após os crimes sórdidos, assassinos em série ficaram em evidência nos últimos anos com a ascensão do gênero true crime, que revisita e destrincha crimes que chocaram o mundo.
Alguns nomes são conhecidos ao redor do globo, como Ted Bundy e Jeffrey Dahmer, alvo de filmes e séries. Outros, chamam atenção apenas em alguns países, como o caso do Maníaco do Parque, que aterrorizou o Brasil.
Quando aprisionados, muitos dos criminosos, seja por interrogatório ou por veículos de imprensa, deram entrevistas sobre os casos cruéis. Com isso em mente, relembre cinco casos.
Retratado em série ficcional e uma produção documental da Netflix, Jeffrey Dahmer foi responsável por assassinatos de homens e garotos entre 1978 e 1991 nos Estados Unidos. Até ser preso, Dahmer fez 17 vítimas, que tinham entre 14 e 32 anos.
Em março de 1994, ele foi entrevistado pelo programa Dateline, da NBC. O material recebeu o título "Confessions of a Serial Killer" ("Confissões de um Serial Killer"). Na época, Stone Phillips, jornalista, se dirigiu até a prisão de Columbia, na qual o canibal foi preso.
Além de detalhes sobre os crimes, Jeffrey também conversou sobre suas motivações. Na entrevista, ele ressaltou o 'controle' que gostava de exercer sobre alguém.
"Havia uma grande questão de querer controle total sobre alguém, controle total de não precisar considerar suas vontades, de poder mantê-los comigo pelo tempo que eu quisesse. Essa era uma grande parte [da motivação]. Luxúria era uma grande parte disso. Controle e luxúria. Depois que aconteceu pela primeira vez, pareceu ter tomado controle da minha vida. Era algo que dominava meus pensamentos", disse ele.
Também retratado em filmes, Ted Bundy chocou os Estados Unidos na década de 1970 ao confessar que matou um total de 36 mulheres. As autoridades, entretanto, acreditam que o número seja ainda maior.
O criminoso foi entrevistado pelo jornalista Stephen Michaud, que publicou, em 1983, o livro "The Only Living Witness: The True Story of Serial Sex Killer Ted Bundy". Anos depois, as 150 horas das fitas de áudio resultaram na série "Conversando com um serial killer: Ted Bundy", da Netflix.
O assassino em série, que tentava controlar a conversa, falou sobre sua vida na prisão e relembrou os detalhes dos crimes bárbaros.
"Em um ponto, quando eu estava pressionando-o sobre o assassinato de uma mulher específica, ele parou, riu e disse: 'Eu acho que você seria um ótimo serial killer também, eu realmente acho.' E ele estava rindo sobre isso", relembrou Michaud à Esquire. "Eu ficava desorientado. Era uma experiência muito isolada. Eu frequentemente vomitava no meu caminho de volta para o meu hotel".
Outro nome que também se tornou conhecido nos Estados Unidos é John Wayne Gacy, responsável pelos assassinatos de 33 jovens rapazes em Illinois, Chicago. Conhecido como "palhaço assassino", o criminoso foi entrevistado por Walter Jacobson, da CBS 2, em maio de 1992.
Gacy, que nunca admitiu os crimes, tentava se colocar como uma "vítima incompreendida". Ele também desrespeitou os familiares das vítimas.
"Aquela mãe que aparece na televisão o tempo todo, que acha que eu deveria tomar 33 injeções, acho que ela deveria tomar 33 Valiums e ir se deitar... Se o filho dela, fuzileiro naval, era tão legal, então por que diabos ele fugia de casa o tempo todo?", afirmou o assassino ao se referir a Delores Nieder, mãe de John Mowrey.
Conhecido como "Perseguidor Noturno", Richard Ramirez foi condenado por 13 assassinatos ocorridos entre 1984 e 1985 na Califórnia. Ele foi entrevistado na prisão pelo repórter Mike Watkiss.
"Somos todos maus, de uma forma ou de outra, não somos? Sim, eu sou mau. Não 100 por cento, mas sou mau", afirmou o assassino em série.
Ramirez também afirmou que serial killer realizam em pequena escala o que o governo faz em grande escala. "Até os psicopatas têm emoções se você cavar fundo o suficiente, mas, novamente, talvez eles não tenham".
Considerado o maior serial killer do Brasil, Francisco de Assis, conhecido nacionalmente como ''Maníaco do Parque'', foi preso em 1998. Acabou condenado por ser responsável pela morte de sete mulheres no Parque do Estado, em São Paulo.
Ele foi entrevistado pelo jornalista Marcelo Rezende e relembrou os crimes cometidos, que chocaram os brasileiros.
"[Na primeira vez] eu estava no Parque do Ibirapuera, tinha entre 28 e 29 anos, e aconteceu com uma garota chamada 'Pituxa'. Aconteceu o desejo", afirmou o Maníaco do Parque sobre o seu primeiro crime. Nós entramos [no parque] e induzi ela a tirar a roupa. Houve um cariciamento no corpo dela [...] e foi dado um laço no pescoço".
