Em 1998, uma série de assassinatos em um parque de São Paulo tornou o serial-killer conhecido nacionalmente
Em 1998, uma série de crimes assolou a região sul da cidade de São Paulo, mais especificamente no Parque do Estado; naquele ano, ao menos seis mulheres foram encontradas mortas, e com marcas de abuso sexual em seus corpos, em um crime que chocou a população e gerou a criação da alcunha de 'Maníaco do Parque'.
O autor dos assassinatos foi o motoboy Francisco de Assis Pereira, nome que veio a marcar um dos maiores e mais brutais assassinos em série do Brasil, até os dias de hoje. Depois de capturado, após o uso de um cheque sem fundo, o 'Maníaco do Parque' foi sentenciado a uma pena de 268 anos de prisão — mas podendo ganhar o benefício do regime semiaberto em 2036.
O jornalista Marcelo Rezende — que faleceu em 2017 em decorrência de um câncer no pâncreas —, que passou ao longo de sua trajetória profissional pelo Jornal Nacional, Fantástico e Domingo Espetacular, programas jornalísticos da Globo e da Record, já foi responsável por uma série de entrevistas não só com o 'Maníaco do Parque', como também com outros assassinos brutais no Brasil, como Pedrinho Matador.
Em uma ocasião, já algum tempo após a prisão de Francisco de Assis Pereira, com o próprio assassino se considerando apto a viver em sociedade, o jornalista brasileiro, que na época trabalhava na Record, entrevistou o homem. Uma das pautas da entrevista foram os primeiros assassinatos cometidos, indagando o que o motivou e como foram realizados.
[Na primeira vez] eu estava no Parque do Ibirapuera, tinha entre 28 e 29 anos, e aconteceu com uma garota chamada 'Pituxa'. Aconteceu o desejo", disse o 'Maníaco do Parque' durante entrevista, enquanto descrevia seu primeiro crime.
Apesar de o corpo da vítima apresentar sinais de violência sexual, Francisco de Assis conta que a motivação nunca foi uma prática semelhante. Ele afirmava que os impulsos eram até mesmo mais próximos ao "canibal", e sentia vontade de morder a carne da vítima, enquanto dizia que as vontades eram "malditas", como se estivesse possuído no momento em que cometeu o crime.
Nós entramos [no parque] e induzi ela a tirar a roupa. Houve um cariciamento no corpo dela [...] e foi dado um laço no pescoço", descreveu o assassino ao jornalista Marcelo Rezende.
Em seguida ele teria corrido do local, desesperado, mas a cena que teria marcado sua mente lhe trouxe satisfação, na época. Então, para que o segundo assassinato fosse cometido, não demorou-se muito tempo.
Em dezembro de 2020, a mídia chegou a noticiar que o 'Maníaco do Parque' havia falecido em uma rebelião na Casa de Custódia, onde estava preso. No entanto, ele havia sido poupado por Marcos Willians Herbas Camacho — o Marcola, líder do PCC.
Após o ocorrido, Francisco de Assis foi transferido para diversas outras unidades de detenção, e atualmente se encontra na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, local conhecido por abrigar presos condenados por estupro ou ameaçados de morte.
Segundo coluna de Josmar Jozino na UOL, em 2020, aos 52 anos, o 'Maníaco do Parque' passa seus dias se dedicando ao artesanato, e vendia bordados de tapetes e toalhas para parentes de colegas do presídio, além de passar a maior parte de seu tempo sozinho, lendo a Bíblia.
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