Confira cinco casos de jovens mulheres que sobreviveram a anos de abuso — e o que aconteceu com elas após serem libertadas
Crimes de sequestro são uma realidade alarmante nos Estados Unidos, onde uma criança desaparece ou é sequestrada a cada 40 segundos. Em 2022, o FBI, por meio do Centro Nacional de Informações sobre Crimes (NCIC), registrou 359.094 casos de crianças desaparecidas, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
De acordo com a revista People, cerca de 27% desses casos envolvem sequestros não familiares, cometidos por estranhos ou conhecidos. Mulheres e adolescentes são frequentemente as principais vítimas desse tipo de crime, enfrentando agressões físicas e sexuais durante o cativeiro. A seguir, conheça cinco casos notórios de sequestro nos EUA e o que ocorreu com as sobreviventes após o resgate.
Entre agosto de 2002 e abril de 2004, a cidade de Cleveland foi palco de sequestro de três jovens: Amanda Berry, de 17 anos, Michelle Knight (hoje conhecida como Lily Rose Lee), de 21, e Gina DeJesus, de 14.
Sequestradas por Ariel Castro, elas foram mantidas em cativeiro por 10 anos na casa do criminoso e, durante esse período, foram submetidas a violação sexual e abusos físicos constantes.
Enquanto estava em cativeiro, Amanda Berry deu à luz uma filha, enquanto Lily Rose Lee afirmou ter engravidado cinco vezes, sofrendo aborto em todas as ocasiões devido às agressões físicas que sofria.
Foi somente no ano de 2013 que as vítimas conseguiram deixar o cativeiro, depois que Amanda Berry conseguiu escapar e chamar a atenção de um vizinho. Acionada, a polícia encontraria pouco depois as outras duas mulheres na casa de Castro. Ele foi condenado a mais de 1.000 anos de prisão, mas tirou a própria vida no primeiro mês de sua sentença.
Desde então, as três sobreviventes vêm trilhando o difícil processo de reconstrução de suas vidas. Como destaca o portal da revista People, Lily Rose Lee escreveu dois livros sobre sua experiência, enquanto Amanda Berry agora trabalha como defensora das pessoas desaparecidas e apresenta um programa diário de notícias em uma emissora de TV local.
A adolescente do Tennessee, Elizabeth Thomas, tinha 15 anos quando foi supostamente sequestrada por seu professor Tad Cummins em março de 2017.
Cummins teria ganhado a confiança de Thomas antes do sequestro, manipulando-a emocionalmente. O pai de Elizabeth, Anthony Thomas, revelou à People que sua filha se tornou "dependente" de Cummins, que ofereceu ajuda com as lições de casa e até mesmo deu dinheiro a ela.
No final de abril daquele ano, eles foram localizados em uma cabana isolada na Califórnia após uma denúncia anônima. Em 2019, Cummins se declarou culpado de múltiplos crimes e foi condenado a 20 anos de prisão.
Colleen Stan tinha 20 anos quando aceitou uma carona de Cameron Hooker e sua esposa. A jovem, que era de Eugene, Oregon, iria para uma festa de aniversário na Califórnia. Poucas horas depois, no entanto, Hooker colocou uma faca na garganta de Stan e a sequestrou.
Durante sete anos a jovem foi mantida em cativeiro, sendo trancada 23 horas por dia em uma caixa semelhante a um caixão. Quando não estava na caixa, era torturada.
Durante esse período, Stan foi manipulada psicologicamente e levada a acreditar que uma organização chamada "The Company" a mataria se ela tentasse escapar.
Stan conseguiu sua liberdade em 1983, quando Hooker a autorizou a trabalhar fora de casa. O caso foi relatado à polícia e o criminoso foi condenado a 104 anos de prisão.
Em 2016, Colleen Stan abriu-se sobre sua experiência, afirmando que, apesar dos horrores que enfrentou, conseguiu uma vida feliz após recuperar sua liberdade.
Em 2002, Elizabeth Smart, de 14 anos, foi sequestrada de sua casa em Salt Lake City por Brian David Mitchell. Ela foi mantida em cativeiro por nove meses, durante os quais foi repetidamente estuprada. Durante esse período, Mitchell recebeu ajuda de sua esposa, Wanda Barzee.
Em outubro daquele mesmo ano, Mary, a irmã de Elizabeth, que havia testemunhado o sequestro, reconheceu a voz do criminoso. Ele havia sido contratado pela família Smart para um serviço e dizia que seu nome era "Emmanuel". O sequestrador e a vítima foram encontrados em Sandy, Utah.
Mitchell foi condenado a prisão perpétua por sequestro no ano de 2010, enquanto sua esposa recebeu uma sentença de 15 anos por envolvimento no crime. Desde então, Elizabeth Smart reconstruiu sua vida como palestrante, autora e defensora dos direitos das vítimas. Ela também é mãe de três filhos.
Jaycee Dugard foi sequestrada em 1991, aos 11 anos, por Phillip Garrido e sua esposa, Nancy. Ela passou 18 anos em cativeiro, durante os quais foi forçada a dar à luz duas filhas de Garrido.
O sequestro de Jaycee só foi descoberto em 2009, quando Garrido levou suas filhas a Universidade da Califórnia e pediu autorização dos policiais para distribuir panfletos religiosos.
Suspeitando do comportamento do homem e das crianças, as autoridades fizeram uma verificação de antecedentes, e descobriram que ele era um criminoso sexual. Em seguida, encontraram e libertaram Dugard.
Desde então, a sobrevivente escreveu dois livros sobre sua experiência e vem atuando na conscientização sobre o sofrimento das vítimas de sequestro. Jaycee afirmou que conseguiu se reconstruir após os anos de abuso, e hoje se vê como uma pessoa forte.