Em novo documentário da Netflix, acompanhamos o caso de Vicky White, agência penitenciária que fugiu com um detento; veja detalhes
Publicado em 30/09/2024, às 20h00
Na última quarta-feria, 25, chegou à Netflix o documentário 'À Solta: Amor em Fuga', que chama atenção com a chocante história de um crime que surpreendeu os Estados Unidos nos últimos anos. Era abril de 2022, quando a agente penitenciária Vicky White, apaixonada por um detento chamado Casey, fugiu da prisão com o homem — e infelizmente encontrou um fim trágico.
Vicky, segundo o programa Today, foi uma dedicada agente penitenciária por 17 anos no Centro de Detenção do Condado de Lauderdale, na cidade de Florence, no Alabama, tornando todo o episódio ainda mais surpreendente. Na época, o caso foi manchete nos jornais de todos os Estados Unidos, e agora é retratado no novo documentário da Netflix.
"Neste documentário eletrizante, uma agente penitenciária do Alabama se apaixona por um homem acusado de assassinato e arrisca tudo para ajudá-lo a fugir", descreve a sinopse disponibilizada na Netflix.
Mas afinal, o que aconteceu com Vicky e Casey White? Confira os detalhes do caso!
Durante quase duas décadas, Vicky White foi uma referência para seus colegas de trabalho, atuando como diretora assistente de operações no Centro de Detenção do Condado de Lauderdale. "Ela tratava todo mundo como se fossem alguém. Ela era como a figura materna que todos ali nunca tiveram enquanto cresciam", afirmou o ex-presidiário Tyler Purser no documentário.
Porém, em agosto de 2020, a chegada de um detento no local virou a vida de Vicky de cabeça para baixo: Casey White. Ele foi enviado para o local enquanto aguardava julgamento pelo assassinato de Connie Ridgeway, uma mulher de 58 anos morta em 2015. Também cumpria outros 75 anos por crimes não relacionados.
De fato, não se sabe exatamente como o relacionamento de Casey e Vicky White — que apesar de compartilharem o sobrenome, não tinham qualquer grau de parentesco —, mas acredita-se que tudo teria começado com um comentário de Casey sobre o corpo de Vicky, da janela de sua cela.
Pelo menos é o que relata Matt Burbank, ex-investigador do Gabinete do Xerife do Condado de Lauderdale que entrevistou um detento que descreveu o encontro, no documentário.
Em vez de Vicky calá-lo, de todas as contas, ela ficou lisonjeada com isso", afirma Burbank. "E é provavelmente onde tudo começou".
Então, durante cerca de dois anos, Vicky e Casey mantiveram um relacionamento romântico secreto, conforme revelaram gravações de ligações telefônicas entre os dois, compartilhadas também no documentário. Entre as conversas, havia promessas de casamento e comentários de que a diferença de idade entre eles — Casey tinha 38 anos, enquanto Vicky tinha 56 — não importava.
Eventualmente, Casey foi devolvido à prisão estadual em Donaldson, mas o casal continuou o relacionamento por telefone, conforme uma declaração de 2022 do xerife do condado de Lauderdale, Rick Singleton. No entanto, em fevereiro de 2022, eles voltaram a estar próximos, depois que Casey foi transferido de volta para Lauderdale.
Durante meses, a própria Vicky teria planejado sua fuga com Casey: antes de abril de 2022, ela vendeu sua casa por cerca de US$ 95 mil — um valor abaixo do mercado —, e comprou um Ford Edge 2007.
"Essa fuga foi obviamente bem planejada e calculada. Muita preparação foi feita para isso. Eles tinham muitos recursos. Eles tinham dinheiro, tinham veículos e tudo o que precisavam para fazer isso", disse Singleton em coletiva de imprensa na época.
Vicky até mesmo anunciou aos colegas de trabalho que iria se aposentar, mais um passo do plano. Assim, no dia 29 de abril de 2022,afirmou que transportaria CaseyWhite para o tribunal, para que passasse por uma avaliação mental.
Acontece que o dia da fuga, uma sexta-feira, era sempre movimentado no tribunal da prisão. Isso também foi premeditado, visto que assim seria mais fácil fugir despercebida com Casey. "Ela usou sua posição, e acho que ela coordenou seus transportes, para garantir que não houvesse agentes de transporte lá", explicou Singleton à NBC News.
Foi somente horas mais tarde, naquele mesmo dia, que os agentes da prisão notaram a ausência de Casey e Vicky White. E assim iniciou-se uma longa caçada pelos dois, que durou mais de 10 dias.
Em 5 de maio daquele ano, as autoridades divulgaram à imprensa que o carro que Vicky havia comprado antes da fuga fora encontrado abandonado na beira de uma estrada no Condado de Williamson, no Tennessee, conforme divulgou a NBC News na época. Com isso, a polícia finalmente teve uma pista da direção para qual a dupla havia fugido.
No dia 9 de maio, os agentes conseguiram rastrear o casal em Indiana, e também obtiveram pistas de que Casey fora visto em um lava-jato em Evansville, Indiana. Nas imagens da câmera de segurança do local, foi possível observá-lo entrando num sedã Cadillac cinza dirigido por Vicky. Rapidamente, os policiais começaram a dirigir pela região, procurando por pistas dos fugitivos.
Assim, encontraram o veículo em questão estacionado na frente de um Motel 6 e, após algum tempo, a dupla de fugitivos foi vista saindo do motel com o carro. Qual perceberam que eram seguidos, iniciaram uma perseguição em alta velocidade.
Durante esse momento intenso, Vicky se desesperou e ligou para a emergência (911) — gerando novos áudios que podem ser analisados no documentário —, até que a polícia bateu no sedã, jogando-o em uma vala e impedindo o sucesso da fuga.
Na mesma ocasião, Casey foi retirado do carro e entregue às autoridades, para que pudesse retornar à cadeia. Vicky, porém, não teve tanta sorte: horas depois, ela foi declarada morta no Hospital Deaconess, nas proximidades, em decorrência de um ferimento de bala autoinfligido, segundo informado em comunicado pelo legista do Condado de Vanderburgh, Steve Locklear.
Na época, a NBC News informou que, após o acidente, as autoridades ainda encontraram várias armas no veículo, além de cerca de US$ 29 mil e perucas. Desde então, Casey White seguiu preso, e em junho de 2023 foi condenado à prisão perpétua, após declarar-se culpado pela fuga. Hoje, ele está encarcerado na Penitenciária William E. Donaldson em Donaldson, Alabama.
