Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Anne Frank

Anne Frank: 5 motivos para conhecer a exposição que reproduz o seu esconderijo

Em cartaz no Unibes Cultural, em São Paulo, exposição 'Anne Frank: Deixem-nos Ser' apresenta reprodução do Anexo Secreto e debate temas contemporâneos

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
[email protected]

Publicado em 28/09/2024, às 12h00 - Atualizado em 05/10/2024, às 12h10

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Reprodução do Anexo Secreto na exposição 'Anne Frank: Deixem-nos Ser' - Fabio Previdelli/Aventuras na História
Reprodução do Anexo Secreto na exposição 'Anne Frank: Deixem-nos Ser' - Fabio Previdelli/Aventuras na História

Com a perseguição contra judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no chamado Holocausto, a última alternativa da família Frank foi se esconder no Anexo Secreto — nome dado ao esconderijo que ficava na fábrica de Otto, em Amsterdã.

No espaço, os Frank ainda abrigaram a família Van Pels e Fritz Pfeffer. Eles passaram 761 dias no Anexo Secreto até serem capturados pelo Sicherheitsdienst (Serviço de Segurança) na manhã de 4 de agosto de 1944. 

+ 'Onde estão os judeus?': Há 80 anos, o esconderijo de Anne Frank era descoberto;

Os registros da moradora mais famosa do esconderijo, Anne Frank, se tornaram um dos relatos mais tocantes de uma das vítimas do Holocausto. O Diário de Anne Frank virou best-seller mundial ao retratar o olhar inocente de uma menina que tinha apenas 15 anos quanto teve sua vida ceifada pelos horrores dos nazistas. 

Desde o início de agosto, o Unibes Cultural, em São Paulo, recebe a exposição 'Anne Frank: Deixem-nos Ser', que resgata a memória da menina judia. A equipe do site Aventuras na História já visitou a mostra e apresenta 5 motivos para você também conferir.

1. O Anexo Secreto

A exposição, que marca os 80 anos após o último registro de Anne em seu diário, no dia 1º de agosto de 1944, estará disponível até o dia 22 de dezembro deste ano. Dividida em dois andares, o primeiro deles apresenta uma reprodução fiel dos diferentes cômodos do Anexo Secreto

+ Nelly Voskuijl: o passado da mulher que pode ter traído Anne Frank;

Reprodução do Anexo Secreto na exposição 'Anne Frank: Deixem-nos Ser' - Fabio Previdelli/Aventuras na História

Esta é a primeira vez que o Brasil recebe uma mostra imersiva que busca transmitir ao visitante o que foi relatado no livro por Anne. 


2. Materiais inéditos

Além da reprodução do Anexo Secreto, usando itens como bicicleta, escova de cabelo e roupa de cama (objetos pessoais mencionados em passagens dos relatos de Anne), a mostra também exibe a estrela amarela original que os judeus foram obrigados a usar. 

Na mostra, é exposta a estrela de Davi usada por Nanette Bliz Konig, que a cedeu especialmente para que a Inspirar-te usasse na mostra. Nanette, ilustre sobrevivente do Holocausto e colega pessoal de Anne Frank, reconstruiu sua vida no Brasil, em São Paulo, onde vive desde a década de 1950.

Estrela amarela usada por Anne - Fabio Previdelli/Aventuras na História

Contextualizando o momento histórico e a vida de Anne, cada um dos espaços apresenta a reprodução, em áudio, de trechos de "O Diário de Anne Frank". O material exibido na mostra foram fornecidos pela Anne Frank House, de Amsterdã.


3. Presente e passado

'Anne Frank: Deixem-nos Ser' visa não apenas recordar o legado de uma das vítimas mais famosas do Holocausto, mas também traça um paralelo com o presente e com as pessoas que ainda sofrem as mais diversas formas de intolerância; sejam em questões de diversidade, Direitos Humanos, questões indígenas, de gênero e raciais.

O segundo andar da exposição, estabelecendo um diálogo com temas contemporâneos sensíveis, apresenta obras de relevantes artistas nacionais e internacionais — expondo suas lutas no mundo atual.


4. As Annes Franks 

O título da exposição foi tirado de um trecho escrito por Anne, que diz: "Deixe-me ser eu mesma e estarei satisfeita". Assim, 'Deixem-nos Ser' traz a pluralização das lutas, mostrando que embora Anne Frank seja uma só, ela se tornou a representação de muitas delas. 

Anne Frank
Exposição 'Anne Frank: Deixem-nos Ser' - Fabio Previdelli/Aventuras na História

Anne e o Diário dão o tom da mostra, que também chama a atenção por outros cenários, como a representação da queima dos livros na Alemanha nazista ou as diversas frases expostas ao decorrer da exposição: 

"O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença. O oposto da arte não é a fealdade, é a indiferença. O oposto da fé não é a heresia, é a indiferença; E o oposto da vida não é a morte, é a indiferença". 

A frase foi escrita por Elie Wiesel, escritor judeu que nasceu na Romênia e foi um dos sobreviventes do Holocausto. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Wiesel foi presidente-fundador do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos e dedicou sua vida à lutar contra o racismo e o antissemitismo.


5. Ação educativa

'Anne Frank: Deixem-nos Ser' tem curadoria liderada por Carlos Reiss (coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba) e Eduardo Duíque (curador de artes) e Priscilla Parodi (fundadora da Inspirar-te e idealizadora da exposição).

A exposição ainda conta com um programa educativo personalizado para cada faixa etária, com metodologia única desenvolvida pela Inspirar-te — associação sem fins lucrativos que acredita na arte como meio de transformação social e, com esse propósito, realiza um trabalho focado em levar grupos de alunos das escolas particulares de São Paulo e reverter essas visitas com as escolas públicas da cidade.

Fundada por Priscilla Parodi, diretora da instituição, a Inspirar-te foi responsável por intermediar todas as negociações diretamente com a Anne Frank House, em Amsterdã, e trazer a exposição para São Paulo.