Concebido inicialmente em 2014, o condomínio Burj Al Babas pretendia ser um cenário de conto de fadas, e hoje se parece mais com uma cidade fantasma
Publicado em 02/09/2024, às 12h30
Em 2014, surgiu nos arredores da cidade de Mudurnu, em uma região de águas termais na Turquia, um projeto ambicioso e inusitado: a construção do condomínio fechado Burj Al Babas. A razão para ele ter chamado atenção foi que ele era um empreendimento com um milhão de metros quadrados que abriga 587 pequenos castelos de inspiração gótica, com três andares.
Inicialmente, segundo o portal Nossa, do UOL, ele foi pensado para abrigar 732 pequenos castelos, mas infelizmente o projeto não durou tanto assim. Apenas cinco anos depois, em 2019, o Burj Al Babas foi abandonado depois que seus construtores, do Grupo Sarot, pediram falência com dívidas estimadas em US$ 27 milhões na época.
Segundo o The New York Times, as propriedades dentro do condomínio foram colocadas no mercado, a princípio, por valores que iam desde US$ 370 mil até US$ 530 mil. Metade delas até mesmo foi vendida a investidores de países árabes, mas um imprevisto afetou todo o empreendimento.
Na época, uma forte crise econômica atingiu o petróleo, importante produto exportado por países árabes, o que acabou afetando também a Turquia. Com os altos custos da construção, além dos pagamentos atrasados de investidores estrangeiros, o Grupo Sarot viu o projeto como insustentável, e por isso sua construção precisou ser descontinuada.
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O design das mansões da atual "cidade de castelos abandonada" possui vários elementos de arquiteturas clássicas americana e inglesa, mas suas torres inspiravam-se grandemente em vários cartões-postais, como a Torre de Gálata, em Istambul, e a Torre de Leandro, no Estreito de Bósforo. Além disso, vale mencionar que cada propriedade contaria com sua própria piscina coberta e uma hidromassagem.
Já dentro da "cidade", não pertencendo a um castelo em particular, também estava planejado um shopping center em seu centro — com formas que lembram o Capitólio de Washington, nos Estados Unidos —, mais piscinas, uma mesquita, salões de beleza, e uma série de banhos turcos que aproveitavam justamente das águas termais da região.
Elas podem ser usadas para beber, para fazer terapias na sauna, são de primeira classe no mundo todo. Quando você bebe, cura doenças estomacais e pedra nos rins. Se você toma banho nela, cura problemas de pele, reumatismo e hérnias de disco", disse Mezher Yerdelen, um dos empreendedores, ao Times no início de 2019.
Por fora, todos os pequenos castelos são aparentemente idênticos, mas aqueles que ali fossem morar poderiam escolher entre três opções de modelos de construção e decoração interior. Por exemplo, seria opcional instalar um elevador ali dentro, bem como armários nos quartos, uma cozinha de conceito aberto e, ainda, todos os quartos poderiam contar com banheiros, segundo a vontade do proprietário.
Também poderia ser escolhido a adição ou não de uma piscina coberta em cada uma das propriedades, e todas elas possuíam seus próprios jardins.
Ainda era 2018 quando o Grupo Sarot declarou falência mas, ainda em 2019, seus empresários já afirmaram a vários veículos de imprensa que pretendiam retornar o projeto ainda naquele ano, visto que a venda de 100 castelos já seria suficiente para sanar as dívidas.
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Porém, com a pandemia de Covid-19 de 2020, a região lidou com uma crise econômica ainda maior, além da sanitária. Assim, o Burj Al Babas ficou parado, e até hoje não foi concluído — parecendo uma espécie de "cidade de contos de fadas fantasma" tirada diretamente da Disney, inserida na Turquia.
A última vez que o condomínio chamou atenção foi em 2021, quando o músico francês Gaspard Augé gravou dois clipes no local. Desde então, o destino de todos os castelos segue inconcluído.
