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Matérias / Brasil

Quem é a pessoa estampada nas cédulas do real?

Mais lidas do ano: A figura com cabelos ondulados e coroa de folhas já estampou quatro modelos de cédulas em três planos econômicos, sendo um símbolo monetário nacional

Wallacy Ferrari
por Wallacy Ferrari
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Publicado em 03/08/2020, às 10h09 - Atualizado em 22/12/2022, às 18h35

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Nota de dois reais com um ponto de interrogação sobrepondo o rosto da efígie - Divulgação / Banco Central
Nota de dois reais com um ponto de interrogação sobrepondo o rosto da efígie - Divulgação / Banco Central

A instalação do Plano Real para movimentações monetárias no Brasil, em 1994, inaugurou notas que estão presentes em negociações até os dias atuais, porém, já estampavam uma velha conhecida. A figura, presente na parte frontal das cédulas, se assemelhava a uma escultura; sem cores, tinha cabelos ondulados, uma coroa de folhas e não manifestava uma expressão.

Antes mesmo do real, a figura central de todas as cédulas fez sua primeira aparição ainda na moeda de 200 cruzados novos, moeda implementada em 1989 durante o Plano Verão de José Sarney, que vigorou até março do ano seguinte. Com a alteração para os cruzeiros, a moeda não foi alterada, dados os custos de retorno e impressão de novas cédulas, recebendo apenas um carimbo notificando o reajuste.

Ao alterar, deixou de ser uma exclusividade da nota de 200 para estampar todos os valores, sempre em parceria com algum animal característico da fauna brasileira. Em seu segundo design, a ‘efígie da República’ também estará presente na recém-anunciada cédula de R$ 200. Porém, qual seria o motivo e quem seria essa figura?

Alguns dos modelos de nota onde a atual efígie apareceu / Crédito: Divulgação

Uma tal de efígie?

Tal figura é chamada de ‘efígie’, porém, se engana quem acredita que esse seria o nome específico da representação presente na moeda nacional; efígie é o nome que se dá para qualquer figura com características humanas presentes em cédulas, independentemente do local — como os presidentes americanos na nota do dólar ou os monarcas nas libras esterlinas.

Não necessariamente as efígies devem representar pessoas reais, visto que podem ser um símbolo com traços da beleza nacional. É o caso da imagem presente nas notas do real, com a chamada ‘efígie da República brasileira’, que é uma representação alegórica de diversos traços da transição política brasileira.

Alguns registros dessa figura foram feitos, como um quadro em 1896 do artista Manoel Lopes Rodrigues, e outro em 1919, por Décio Villares, alcunhando figuras femininas semelhantes como a ‘efígie da República brasileira’. Ela passou a ser selecionada para representar nossa moeda desde 1889, após a proclamação, com sua primeira representação, ainda com um molde de rosto diferente do atual.

Ilustração reproduz as possíveis características da efígie da República / Crédito: Divulgação/Instagram/RobsonLami

Nossa efígie existiu?

A representação da República pode até ter sido especulada como uma referência de algumas mulheres, entre elas, uma mulher, na casa dos 30 anos, chamada Tônia Carrero, que poderia ter sido a musa inspiradora do gravador Benedicto Ribeiro, designer das moedas que passaram a circular no Brasil na década de 1970. A hipótese, no entanto, nunca foi confirmada.

O que é uma certeza é seu nome; a figura se chama Marianne, sendo batizada pelos revolucionários franceses com uma mistura dos dois nomes mais populares do país na população pobre durante o século 18: Marie e Anne. O rosto atual é inspirado indiretamente na pintura "A Liberdade Guiando o Povo", feita em 1830 pelo artista francês Eugène Delacroix.