Em 1889, o príncipe foi encontrado sem vida em seus aposentos ao lado de sua amante Mary Vetsera, que também estava morta
“Por favor, me perdoe pelo que eu fiz, eu não pude resistir ao amor”, dizia Mary Vetsera em uma carta revelada ao público no ano de 2015.
O momento de melancolia da jovem é trágico: seriam as suas últimas palavras. Aos 17 anos, a amada enviou a carta acima para a sua mãe, após tirar a própria vida com o amado, Rudolfo da Áustria. Contudo, o episódio ainda divide opiniões.
Rodolfo, filho único de Francisco José I e de Isabel, era herdeiro do império da Áustria. Contudo, um triste evento acabou por alterar a ordem de sucessão ao trono: a morte do príncipe.
Era 30 de janeiro de 1889 quando o príncipe foi alvo de um dos episódios mais bizarros da História no Pavilhão de Caça, no município de Mayerling.
No chão, estava o herdeiro sem vida e com sangue saindo de sua boca. O copo sobre a mesa de cabeceira, fez com que um criado chegasse à hipótese de suicídio por ingestão de veneno. Contudo, o cenário seria ainda pior.
Logo ao lado do cadáver, o corpo de Mary jazia sem vida, pálido, com uma bala na cabeça. Filha do barão Albin Vetsera, um diplomata na corte austríaca, a jovem baronesa era amante do príncipe herdeiro.
Assustado com a cena, o criado rapidamente saiu do pavilhão e embarcou em um trem para Viena. Ele deveria avisar o imperador Francisco José I da Áustria e a imperatriz Isabel o quanto antes.
Uma vez no palácio dos governantes, Hoyos teve ajuda de Ferenczy, a dama de companhia preferida da imperatriz, e de Nopcsa, oficial-mor da casa real. Juntos, eles entregaram a terrível notícia à Isabel. Ela, por sua vez, conversou pessoalmente com o imperador.
Ambos ficaram devastados, afinal, Rodolfo era seu único filho. O chefe de polícia foi convocado e o corpo de Mary Vetsera foi enterrado, sem inquérito e em segredo — nem mesmo sua mãe teve permissão de participar da cerimônia.
Suicídio
O episódio da morte de Rodolfo e de mary ficou conhecido como Incidente de Mayerling e possui diversas versões e teorias. A primeira delas, mais óbvia, é a ideia de que o príncipe e a baronesa realizaram um pacto suicida, optando juntos pela morte.
Por muito tempo, a corte acreditou que Rodolfo teria, de fato, se envenenado após atirar em sua amada. A teoria, no entanto, caiu por terra quando a comissão médica da corte, chefiada pelo Dr. Widerhofer, estabeleceu a causa da morte do príncipe: aneurisma.
Pouco depois, no entanto, a causa da morte foi contestada novamente, quando uma nova prova foi acrescentada à equação. Relatos sugeriam uma violenta discussão entre o arquiduque e o imperador. O motivo? A relação extraconjugal entre Rodolfo e Mary.
Segundo os boatos, Francisco teria exigido que seu filho terminasse tudo com a baronesa, se dedicando apenas à sua esposa, Estefâniada Bélgica — os dois haviam se casado em 1881, como parte de uma aliança política.
Assim, as mortes de Mary e Rodolfo teriam sido uma trágica decisão para fugir da separação. A ideia de que o príncipe era mentalmente desequilibrado também corroborou para a teoria do suicídio. Com isso, autoridades encerraram as investigações e o caso foi arquivado.
Fora documentado que o pai do herdeiro, tomado pela raiva, mandou destruir cartas e destruir o local que foi palco da tragédia. A correspondência que resistiu a fúria do homem foi revelada em 2015 por pesquisadores (conforme citado no começo do texto).
Teorias
Por muitos anos, diversas cortes pelo mundo todo criaram teorias para a morte do jovem casal. Zita de Bourbon-Parma, viúva do imperador Carlos I, por exemplo, acreditava que o suicídio não se passava de uma cortina de fumaça.
Na opinião dela, Rodolfo teria sido assassinado por motivos políticos, ligados a uma conspiração contra a aliança entre Áustria e Alemanha. Ao mesmo tempo, também se acreditava que o príncipe teria sido morto por 'agentes secretos' austríacos ou alemães, devido ao seu posicionamento liberal, anti-alemão e simpático aos húngaros.
De qualquer forma, a morte de Rodolfo interferiu diretamente na história do século 19: o falecimento do príncipe interrompeu a linha sucessória do trono, já que ele era o único herdeiro do Império Austro-Húngaro.
A sucessão, então, recaiu sobre seu tio, Carlos Luís, que renunciou e passou o trono para seu filho, Francisco Fernando. A teoria mais aceita é que o jovem tirou a vida da amante e depois apontou para si próprio. Contudo, a história está longe de ter uma conclusão.
+Saiba mais sobre o tema através das obras abaixo
Sissi: A imperatriz solitária, de Allison Pataki (2016) - https://amzn.to/37Q4bWU
Breve Historia del Imperio Austrohungaro, de Carmen Moreno Minguez (2015) - https://amzn.to/2RIxN2K
A história da Primeira Guerra Mundial, de David Stevenson (2019) - https://amzn.to/2RNLIVw
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/3b6Kk7du