Após sua morte em 1967, J. Robert Oppenheimer deixou a esposa, Kitty, e dois filhos, Peter e Katherine
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/07/2023, às 17h24 - Atualizado em 14/04/2024, às 13h38
No último ano, o filme 'Oppenheimer' (2023) — dirigido por Christopher Nolan e com Cillian Murphy no elenco — se tornou um dos mais comentados ao redor do mundo. A empolgação toda não é à toa: além de ser um dos longas mais aguardados do ano e um favorito para o Oscar, mistura fato e ficção ao contar uma história real.
A produção mistura fato e ficção ao reproduzir parte da vida do físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer, nascido em 22 de abril de 1904 em Nova York, EUA, que apesar de todas as conquistas em vida, ficou marcado por uma façanha que mudaria os rumos da humanidade: a criação da bomba atômica.
Após alcançar o destaque em sua carreira acadêmica, foi convidado a participar do chamado Projeto Manhattan pouco antes da Segunda Guerra Mundial. O fruto do trabalho mostrou seus resultados no dia 16 de julho de 1945, quando foi detonada a primeira bomba atômica em teste, a Trinity.
E o desenrolar dessa história já é conhecido por todos. A Segunda Guerra duraria até setembro daquele mesmo ano, um mês depois das fatídicas explosões das cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
Longe do projeto que criou a bomba, Robert Oppenheimer mudaria para as Ilhas Virgens, no Carib e faleceu no dia 18 de fevereiro de 1967, aos 62 anos, em decorrência de um câncer de laringe, deixando sua esposa, Katherine, e seus dois filhos, Peter e a pequena Katherine. Entenda o que aconteceu com cada um deles!
Nascida em Recklinghausen, na Alemanha, Katherine "Kitty" Oppenheimer se casou com o físico norte-americano em 1940, dois anos antes dele ingressar no Projeto Manhattan. Mas antes dele, ela já havia casado outras três vezes: com o músico Frank Ramseyer, em 1932; com John Dullet Jr. em 1934 — quando se envolveu com o Partido Comunista da América —; e com o médico Stewart Harrison em 1938.
Porém, desde que se casou com Oppenheimer, os dois permaneceram juntos até a morte do físico, em 1967. Foi ela quem jogou as cinzas do marido nas águas próximas à Ilha St. John, nas Ilhas Virgens, como seu último rito fúnebre.
Depois de Oppenheimer, porém, ela passou o resto de sua vida com outro físico do Projeto Manhattan, Robert Serber, também viuvo, de acordo com o site Insider. Por fim, ela faleceu em 27 de outubro de 1972 na Cidade do Panamá, em meio a uma viagem que a dupla realizava.
Filho mais velho de Kitty e Robert, Peter nasceu em maio de 1941, em Pasadena, Califórnia, pouco antes de a família se mudar para Los Alamos, no Novo México, onde era desenvolvido o Projeto Manhattan.
Em sua infância e adolescência, segundo o Museu Nuclear dos Estados Unidos, lutou contra a ansiedade e tinha uma relação turbulenta com a mãe, de maneira que a secretária de seu pai, Verna Hobson, era considerada uma figura materna.
Embora seu pai tenha sido um grande gênio, Peter não se saiu muito bem na escola, tendo inclusive reprovado. Por fim, terminou sua educação formal ainda na escola pública.
Depois da morte do pai, Peter voltou para o rancho Perro Caliente, uma propriedade da família no Novo México, e hoje tem 82 anos. Ao longo de sua vida, trabalhou como carpinteiro e teve três filhos.
Filha mais nova de Robert e Kitty, Katherine "Toni" Oppenheimer nasceu em 1944, em Los Alamos, mas foi para Nova Jersey para estudar, pouco depois de seu pai se tornar diretor do Instituto de Estudos Avançados.
Um fato que poucos conhecem sobre a família Oppenheimer é que eles se mudaram para as Ilhas Virgens por causa de Toni. Isso porque ela teve poliomielite ainda jovem, e o calor ajudava em sua condição. Além disso, assim como seu irmão, ela não se dava bem com a mãe, que sofria com dependência de álcool.
Em 1969, dois anos após a morte do pai — que também não era apoiado no governo por se posicionar a favor do controle atômico e por ser casado com uma pessoa associada ao Partido Comunista —, Toni perdeu seu emprego de tradutora nas Nações Unidas. Por fim, lutando para suportar a perda do pai e do trabalho, ela tirou a própria vida em janeiro de 1977, um mês após completar 32 anos.
Peter Oppenheimer, o primogênito do "pai da bomba atômica", teve três filhos ao longo de sua vida. A primeira foi Dorothy, que nasceu em 1973, e trabalha como redatora técnica no Nevada National Security Site. Sobre o filme em homenagem ao seu avô, ela disse à KSNV que a família não foi procurada para contribuir com a narrativa, mas no geral sentiu "que era um bom filme".
Ella, por sua vez, tem poucas informações conhecidas publicamente. No entanto, sabe-se sobre Charles, que nasceu em 1975 e trabalhou com desenvolvimento de softwares durante grande parte de sua vida. Ele tem duas filhas com a esposa Karen Pak Oppenheimer.