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Notícias / Ditadura argentina

Justiça argentina identifica desaparecido da ditadura com a ajuda de uma mecha de cabelo

A identificação de desaparecido da ditadura argentina com mecha de cabelo marca avanço inédito em investigações judiciais

Redação Publicado em 06/09/2024, às 18h30

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Fotografia tirada em celebrações em memória às vítimas da ditadura argentina - Getty Images
Fotografia tirada em celebrações em memória às vítimas da ditadura argentina - Getty Images

Em 4 de junho de 1976, os argentinos Oscar San Pedro e Walter Zaporta foram detidos e adicionados à lista de desaparecidos da última ditadura argentina (1976-1983). Ambos eram motoristas de ônibus e militavam em um sindicato. Até o momento, a principal suspeita das famílias era de que eles haviam sido queimados vivos.

Nos últimos meses, diversos casos classificados como “morte violenta” pela Justiça argentina foram reabertos, para esclarecer o destino de muitos desaparecidos, conforme repercutido pela Folha de Pernambuco. 

+ Argentina revisará indenizações para vítimas da ditadura.

No caso de Walter Zaporta, a resposta foi obtida graças a uma mecha de cabelo encontrada em um envelope, descoberto durante a reabertura do processo judicial. A família de Oscar San Pedro, por sua vez, continua em busca de respostas.

Segundo Carlos Vullo, diretor do Laboratório de Genética Forense da Equipe Argentina de Antropologia Forense, a mecha de cabelo de Zaporta foi encontrada em um envelope que surgiu quando o expediente judicial foi reaberto.

Respostas

“A família nunca teve acesso a seus restos, não tinha nada. Agora sabe que tem certeza absoluta sobre como ele morreu.” Segundo Carlos Vullo, até agora as investigações haviam sido realizadas com restos esqueléticos dos desaparecidos, sendo esta a primeira vez em que uma mecha de cabelo foi utilizada para esse propósito.

Sua equipe já ajudou a identificar mais de 800 desaparecidos da ditadura argentina e foi chamada para colaborar em investigações em outros países da região, como México e Colômbia. Vullo afirma que essa experiência bem-sucedida pode servir de “bom precedente para pesquisas em outros países”.

Os corpos foram encontrados carbonizados uma semana após o sequestro, na província de Buenos Aires. Embora houvesse suspeitas de que pudessem ser os de San Pedro e Walter Zaporta desde o início, faltava confirmação.