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Curiosidades / Brasil

Veja a curiosa história da Casa do Grito, em São Paulo

Localizada em São Paulo, a Casa do Grito é conhecida por sua proximidade de onde Dom Pedro proclamou a Independência do Brasil

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 03/09/2024, às 18h00 - Atualizado em 06/09/2024, às 17h11

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A Casa do Grito, em São Paulo - Foto por Thiago Santos pelo Wikimedia Commons
A Casa do Grito, em São Paulo - Foto por Thiago Santos pelo Wikimedia Commons

Neste sábado, 7 de setembro, celebra-se no Brasil os 202 anos da Independência, quando o então Reino do Brasil foi separado do Reino de Portugal e Algarves, tornando Dom Pedro I em imperador. Esse evento foi um grande divisor de águas na nossa história, definindo o Brasil, finalmente, como uma nação independente e não subserviente de Portugal.

Um local simbólico para a proclamação da Independência é a região do Ipiranga, onde hoje está o Parque Independência, em São Paulo. Inclusive, a cena em questão acabou eternizada na emblemática obra 'Independência ou Morte', de Pedro Américo.

Quadro 'Independência ou Morte', de Pedro Américo, que retrata o momento da proclamação da Independência do Brasil por Dom Pedro I - Domínio Público via Wikimedia Commons

Embora o que fique em evidência seja Pedro I montado no cavalo com a espada, pessoas mais atentas reparam em outros detalhes da obra. E um, em especial, é uma casa ao fundo, no lado direito da tela.

+ 5 coisas retratadas de maneira imprecisa no quadro 'Independência ou Morte'

Isso porque, hoje, muitos acreditam que seja a famosa "Casa do Grito", localizada em São Paulo. A propriedade recebeu esse nome em referência ao grito da Independência. Porém, a história não é bem assim. Entenda!

Casa do Grito

Segundo o site do Museu da Cidade de São Paulo, a Casa do Grito recebeu este nome por ser associada à residência que aparece ao fundo do quadro 'Independência ou Morte', de Pedro Américo. Como se encontra próxima ao local em que Pedro I foi representado na obra, muito se especulou que seria a mesma construção.

Recorte focando na casa ao fundo da obra 'Independência ou Morte', de Pedro Américo / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

No entanto, o documento mais antigo do imóvel, incorporado ao Parque da Independência, data de 1844, portanto, mais de 20 anos depois da Independência do Brasil. Dessa forma, por mais que sejam relativamente semelhantes, a construção pintada por Pedro Américo e a famosa Casa do Grito não são a mesma.

Segundo o documento em questão, em 1844, o imóvel era parte do inventário de Guilherme Antonio de Moraes. Ao longo do tempo, teve diferentes proprietários e, em 1911, quem a adquiriu foi a família Tavares de Oliveira, que ali viveu até a sua desapropriação por municipalidade em 1936.

Entre 1936 e 1955, a casa esteve abandonada, até que uma campanha realizada pela Sociedade Geográfica Brasileira e o jornal A Gazeta atribuiu-lhe caráter histórico. Isso se deve à constatação de sua técnica construtiva, taipa de sopapo (ou também conhecido como pau-a-pique), o que fez com que o imóvel fosse eventualmente recuperado, para visitação pública.

Casa do Grito / Crédito: Foto por Luiz coelho pelo Wikimedia Commons

Restauração

Nas obras de restauro, foi instalada uma janela falsa na casa, a fim de aproximá-la ainda mais daquela representada no quadro de Pedro Américo. Ou seja, mesmo que aquela não fosse a casa pintada, a intenção por trás do restauro era de fazê-la ainda mais semelhante ao imóvel em questão.

Em 1958, a gestão municipal decidiu por transformar a casa no Museu do Tropeiro, abrigando um cenário bastante característico da época, com móveis e alfaias adquiridos principalmente de compra na região do Vale do Paraíba, ou doação de organizações e entidades. A ideia era que o projeto pudesse originar um ambiente típico, como se imagina ter sido uma parada em beira de estrada no início do século 19.

No fim da década de 1970, o cenário foi desmontado após uma série de críticas às concepções museológicas do local, e os objetos que ali estavam passaram a compor o acervo de bens móveis históricos, sob responsabilidade do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).

Na década seguinte, em 1981, a Casa do Grito, já conhecida por esse nome, se tornou objeto de uma série de pesquisas arqueológicas, e também passou por novas obras de restauro, com a intenção de corrigir os excessos de intervenções realizados anteriormente.

Em 2007, passou por novas etapas de restauração e, em 7 de setembro de 2008, foi reinaugurada como uma edificação de importante relevância histórica de São Paulo.