Em 1970, a missão espacial Apollo 13 deu origem à famosa expressão "Houston, tivemos um problema"; conheça a missão que falhou e ainda foi um sucesso!
Publicado em 05/09/2024, às 18h00
Nesta quinta-feira, 5 de setembro, chegou à Netflix o documentário 'Apollo 13: Sobrevivendo no Espaço'. Dirigido por Peter Middleton, conta, a partir de filmagens originais e entrevistas, a angustiante história da missão espacial da Apollo 13, e a luta para garantir o retorno seguro de seus astronautas.
Com 96 minutos, o documentário acompanha a saga quase mortal vivida pelos astronautas James Lovell, Fred Haise e Jack Swigert. A Apollo 13 seria a terceira missão espacial a levar humanos à Lua — um ano depois da Apollo 11, a primeira missão do tipo a obter sucesso —, mas um problema técnico forçou a tripulação a retornar à Terra.
Para aqueles que não lembram, a razão para a Apollo 13 ser tão memorável, é que foi dela que surgiu a emblemática frase "Houston, we've had a problem" ("Houston, tivemos um problema"), incansavelmente repetida pela cultura pop.
Iniciada em 11 de abril de 1970, a missão levava os três astronautas a bordo do foguete Saturn V, com destino à Lua. A missão fracassou nesse objetivo inicial, porém, entrou para a História como uma das mais memoráveis.
Apenas 56 horas após a decolagem, a situação a bordo do Saturn V saiu um pouco do controle. Isso porque, logo após uma transmissão para a TV da cabine de comando, a tripulação percebeu que a pressão interna do módulo havia diminuído.
Enquanto investigavam o que poderia ter acontecido, John "Jack" Swigert comunicou ao centro de controle da missão, em Houston, no Texas, o que havia acontecido, originando a frase famosa.
Os astronautas identificaram que um ventilador do tanque de oxigênio havia sofrido um curto-circuito, provocando uma explosão no compartimento. Por isso, parte do módulo que os três astronautas estavam também foi afetada, provocando a despressurização gradual daquela cabine.
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Após identificar o problema, os astronautas viram necessidade de evacuar para o módulo da espaçonave que serviria especialmente para pousar na Lua, o Aquarius.
Ainda assim, por mais que houvesse outras partes da nave que pudessem ser utilizadas, o trio precisou improvisar para que tudo fosse possível, visto que o módulo lunar havia sido projetado para comportar duas pessoas.
Com três astronautas no interior do módulo, por sua vez, os cilindros de hidróxido de lítio — responsável por retirar o gás carbônico expelido na respiração dos tripulantes — também apresentaram falhas, o que causou grande preocupação. Afinal, com o aumento do nível de gás carbônico registrado, eventualmente os três poderiam acabar sufocando.
Felizmente, os astronautas foram perspicazes, e decidiram usar os cilindros da cabine de comando, que eram maiores, no Aquarius. Para servir como mais um infortúnio, esses cilindros não poderiam caber adequadamente na cápsula, mas, com algumas mangueiras, sacolas de plástico e fitas adesivas, os astronautas conseguiram improvisar um sistema apropriado para circulação do ar.
Resolvido o problema do oxigênio, James Lovell, Fred Haise e Jack Swigert ainda precisaram solucionar outra questão: como poderiam garantir um retorno seguro à Terra? Afinal, o combustível disponível não era suficiente para definirem uma rota inversa à da nave, com força de jatos, para retornar à Terra.
A única opção que eles encontraram foi colocar a nave em uma trajetória de retorno livre; ou seja, em vez de direcionar Aquarius diretamente à Terra, ela deu uma volta inteira na Lua, aproveitando da gravidade do satélite natural, para depois ser lançado de volta ao nosso planeta. Para essa opção, ainda foi preciso se livrar da cápsula para obter impulso e, finalmente, os astronautas atingiram o objetivo.
Finalmente, no dia 17 de abril, o foguete em que o trio estava caiu no Oceano Pacífico, e equipes de resgate salvaram os astronautas, que finalmente puderam retornar para casa.
