No ano de 1852, a rainha Vitória recebeu em Londres o rei indiano deposto Chikka Virarajendra acompanhado de sua filha, então com 11 anos de idade
Em meados do século 19, a rainha Vitória recebeu dois membros da realeza indiana em território inglês: o rei ChikkaVirarajendra, que havia sido deposto pelos britânicos anos antes, e sua jovem filha Gouramma. Ele, que governava a região de Coorg (Kodagu) até o ano de 1834, queria contatar a soberana para solicitar que seus bens materiais fossem devolvidos.
Era 1852 quando o indiano chegou em Londres acompanhado de sua filha favorita, então com 11 anos. Exilados, a vida mudou completamente. A jovem logo foi convertida ao Cristianismo. Conforme explica o site da Time, a rainha se encantou com a menina e se tornou sua madrinha.
A princesa então foi batizada pelo arcebispo de Canterbury e recebeu o mesmo nome que a soberana, passando a se chamar Victoria Gouramma.
Mais tarde, com o objetivo de disseminar o Cristianismo na Índia, a rainha pensou que seria viável casar a princesa com o jovem Duleep Singh, marajá deposto do Punjab que também havia se convertido à religião recentemente.
Contudo, a união não se oficializou, pois não havia a menor atração entre a dupla. Logo, a indiana se apaixonou por outro homem, o coronel do exército John Campbell, quem era muito mais velho que ela. Eles se casaram em 1860 e, no ano seguinte, nasceu a única filha do casal, chamada Edith.
Entretanto, a união com Campbell não foi nem de longe um conto de fadas. Pelo contrário, de acordo com o site do Royal Parks, o oficial logo se mostrou um viciado em jogos e que tinha interesse na riqueza de sua jovem esposa.
Infeliz com seu casamento, a princesa Victoria Gouramma ainda enfrentaria uma grave doença em sua juventude e que seria fatal: a tuberculose. Ela morreu pouco antes de completar 23 anos de idade, deixando a pequena Edith ainda com 3 anos.
Conforme repercutido pelo site The Better India, a historiadora especialista em história da monarquia britânica, Priya Atwal, escreveu em um artigo que, desde que a princesa foi acolhida pela rainha, aos poucos, foi ficando cada vez mais sobrecarregada. Isso ocorreu devido ao “choque cultural e aos desafios emocionais que enfrentava por ser uma estrangeira recém-chegada na Família Real”.
A historiadora reforça que a jovem indiana, assim como os demais afilhados adotados da rainha Vitória, vivia como uma estranha em meio à realeza britânica em razão de sua cor de pele.
"Vitória não permitiu que Gouramma se encontrasse com seu pai novamente, e Gouramma eventualmente perdeu a habilidade de falar sua língua materna. É muito cruel", finalizou a historiadora, que teve a fala também repercutida pelo site da Time.