Roubado em meados de 2019, o artefato medieval tem uma grande importância religiosa e guarda mistérios nunca solucionados
Em meados de 2005, o mágico elenco da franquia de Harry Potter foi levado até a remota ilha escocesa de St. Finan. Localizada no curioso Lago Shiel, a área faz parte das Terras Altas da Escócia e serviu de palco para o tradicional e misterioso Torneio Tribruxo.
Para os apaixonados pelos filmes estrelados por Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, o lago Shiel, que banha a região, ficou conhecido como Lago Negro. É nele que Harry Potter mergulha após comer uma porção de guelricho para respirar sob a água.
Acontece que, muito além da bruxaria envolvida no filme, a ilha de St. Finan tem sua própria maldição, temida na vida real. Distante das varinhas e das horcruxes, contudo, o objeto amaldiçoado da ilha eescocesa é um sino de mil anos que foi instalado na região.
Na Idade Média, os sinos eram importantes artefatos usados para diversas finalidades. Além de servirem como uma espécie de relógio para os camponeses, as batidas ainda indicavam o início das missas e, em contextos míticos, podiam afastar demônios.
Com o passar dos anos, então, o sino medieval da ilha de St. Finan começou a protagonizar diversas histórias e fábulas. Com mais de mil anos, o objeto faz parte da Capela de San Finan, a primeira da Escócia dedicada ao santo que homenageia.
Falecido em 661 d.C., San Finan é uma importante figura católica e, muito por isso, a ilha que abriga a capela serviu como um cemitério de chefes escoceses e passou a receber diversos religiosos, que peregrinam durante o ano — isso sem contar os muitos fãs de Harry Potter que vão até o lugar para visitar um dos sets do filme.
Considerado um dos pontos centrais da ilha de St. Finan, portanto, o sino tornou-se um artefato religioso e, de certa forma, folclórico. Lendas locais afirmam, inclusive, que ele é cercado por uma maldição que visa proteger sua integridade há mais de 200 anos.
Segundo a crença escocesa, qualquer pessoa que ouse roubar o sino da capela deverá enfrentar um terrível castigo celestial. O problema é que, de acordo com a Moidart History Group, o sino já foi roubado duas vezes, apesar da obscura maldição.
Nesse sentido, conforme afirma a organização esponsável por cuidar de várias relíquias do Reino Unido, o artefato medieval foi furtado pela primeira vez durante uma revolta, em meados de 1745. Na ocasião, contudo, algo curioso aconteceu.
Segundo narra a Moidart History Group, o roubo do sino quase passou despercebido, já que a relíquia foi saqueada durante o conflito. Ao final do levante, contudo, percebeu-se que o artefato havia sido subtraído da capela e, assim, iniciaram-se as buscas.
Mais tarde, ficou claro que, ao invés de devolver o sino que encontrou, um soldado britânico decidiu levá-lo para casa. Enfrentando a fúria dos moradores da região e a suposta maldição — para os locais, forças celestiais foram as responsáveis pela devolução do sino — o homem foi severamente castigado.
Daquele dia em diante, então, os escoceses tentaram encontrar formas de proteger o artefato histórico. Em 2017, por exemplo, o sino recebeu uma reforçada corrente de bronze, que prometia mantê-lo no lugar, além de afastar possíveis criminosos.
Ainda assim, em julho de 2019, nem mesmo as correntes ou a terrível maldição foram suficientes para espantar um novo ladrão, segundo a BBC. O sino, então, foi roubado pela segunda vez. O problema é que, depois do mais recente furto, o artefato nunca mais foi visto e, até hoje, o responsável pelo crime nunca foi identificado.
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