Em 2017, familiar dos irmãos Lyle e Erik Menendez fez revelação que pode mudar completamente condenação de prisão perpétua da dupla; entenda!
Publicado em 17/09/2024, às 19h00 - Atualizado em 19/09/2024, às 07h07
Em 1989, os irmãos Lyle e Erik Menendez, de 21 e 18 anos, respectivamente, tomaram as manchetes dos Estados Unidos após admitirem o assassinato de seus pais, Jose e Kitty.
Na época, a dupla foi condenada a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, e hoje, aos 56 e 53 anos, cumprem pena juntos no Centro Correcional Richard J. Donovan, na Califórnia. Nesta quinta-feira, a Netflix revive o episódio brutal na série "Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais".
O caso sofreu uma reviravolta, quando relatos — incluindo o depoimento de uma prima dos irmãos Menendez, Diane Vander Molen — apontavam que o que, até então, pensava-se ser um crime brutal motivado por interesse na fortuna da família, na verdade, poderia ser um caso de legítima defesa.
Eu sei que eles nunca, jamais teriam feito o que fizeram a menos que sentissem que não tinham escolha — que era eles ou seus pais", disse DianeVander Molen à ABC News em 2017. "Eu acredito muito nisso".
Conforme repercute a ABC News, Lyle e Erik atiraram nos pais na mansão da família em Beverly Hills, no dia 20 de agosto de 1989. A princípio, pensava-se que ladrões invadiram a residência e cometeu o crime; depois que os irmãos foram descobertos, o júri acreditou que eles agiram motivados por interesse na fortuna da família.
Porém, desde o primeiro julgamento, a advogada de defesa Leslie Abramson argumentava que os irmãos Menendez teriam agido em legítima defesa, temendo que fossem mortos pelo pai, um importante empresário, caso tornassem públicas as histórias de agressão que sofriam em casa. No entanto, a defesa não foi acatada, e a dupla foi condenada à prisão perpétua.
Diane Vander Molen morou com a família Menendez durante três anos, e, por isso, foi ouvida como testemunha sobre supostos abusos desde o primeiro julgamento. E, nessa época, a prima revelou que Lyle confidenciou a ela no verão de 1976 — quando ele tinha apenas 8 anos, e ela já tinha 17 — sobre um suposto abuso sexual cometido por seu pai.
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"Uma noite, eu estava no meu quarto trocando os lençóis da minha cama, e Lyle entrou. Ele ficou muito sério sobre me perguntar se ele poderia dormir na outra cama ao lado da minha e disse que tinha medo de dormir na sua própria cama porque seu pai e ele estavam se tocando lá embaixo, indicando que era sua área genital", relatou.
Depois, Vander Molen teria contado a Kitty o que Lyle lhe disse: "Pelo comportamento dela, eu podia dizer que ela não estava acreditando em nada disso. E [ela] desceu as escadas, e Lyle já tinha se deitado na cama ao lado da minha, e ela foi em frente e o puxou pelo braço e o levou de volta para cima e eu nunca mais ouvi nada sobre isso".
De qualquer forma, nesse ponto, Diane já acreditava na história do jovem Lyle, vendo que seu medo era real: "Ele estava com medo de dormir em sua própria cama porque tinha medo de que seu pai entrasse e o molestasse naquela noite", prosseguiu à ABC News.
Por fim, a prima dos irmãos Menendez acrescentou que presumiu que o suposto abuso teria sido encerrado, pois, Lyle nunca mais mencionou a conversa. "Olhando para trás, eu queria ter sido mais firme sobre o que Lyle estava me dizendo para poder ter feito algo para ajudá-los", conclui.
Com novas provas que apontam para o abuso relatado por Lyle e Erik, outros depoimentos dos irmãos passaram a ser reconsiderados no caso. "Ele usou objetos… uma escova de dentes e algum tipo de escova de barbear", disse Lyle ainda em seu primeiro julgamento. "Ele me estuprava".
Além disso, Vander Molen também disse que quando os irmãos tinham 12 e 15 anos, chegou a vê-los brigando para ver quem dormiria com a mãe, quando o pai não estava em casa. "Isso foi quando Lyle tinha 15 anos e Erik teria 12, e quando Jose não deveria estar em casa naquela noite, os dois discutiam sobre quem dormiria com a mãe deles", revelou no julgamento.
Eu achei estranho, porque, quer dizer, eles já eram adolescentes... mas, novamente, porque era Kitty, eu nunca questionei isso".
Vale mencionar também que, ainda no primeiro julgamento, Lyle disse que às vezes era forçado a tocar sua mãe "em todos os lugares" quando dormia na cama com ela. Essa alegação, porém, foi fortemente rejeitada por um tio, irmão de Kitty, chamado Brian Andersen. "A ideia de que Erik e Lyle foram abusados pela minha irmã Kitty é uma loucura absoluta", disse ele na época à ABC News.