Não bastou inventar o elevador; foi preciso torná-lo menos assustador para colar
Como fazíamos antes dos elevadores? A resposta parece óbvia: íamos pela escada. Nada óbvio, porém, é saber que os elevadores e as escadas vivem juntos por mais de 2 mil anos.
Sucedendo vários métodos mais simples (algo como uma mera cesta puxada por um cabo para uma torre), eles começaram a ser usados massivamente ainda em Roma.
Essa foi uma tecnologia que não se perdeu.
Durante a Idade Média, elevadores de polias foram usados para levar pedras na construção das muralhas em volta das cidades – os chamados burgos.
No fim do período, as casas deram lugar a prédios de até sete andares. “Era preciso aproveitar melhor os espaços das cidades”, diz Lélio Reiner, professor de arquitetura.
Mesmo assim, elevador continuou sendo privilégio de frangos e garrafas de vinho até
mesmo nos grandes castelos. Elevador de gente mesmo só surgiu com a Revolução Industrial. Eram movidos a vapor.
Elisha Graves Otis – cuja empresa sobrevive até hoje – criou em 1852 o primeiro elevador civil moderno. “Nova York e Chicago começaram a construir os primeiros arranha-céus nessa época”, diz Lélio.
Para subir até o oitavo andar, a geringonça movida a vapor levava mais de dois minutos. Imagine que hoje há equipamentos que percorrem 100 andares em um minuto. Em 1880, Werner von Siemeconstrói o primeiro elevador elétrico.
No Brasil, essa maravilha do sedentarismo apareceu em 1906: foi instalada no Palácio das Laranjeiras, prédio oficial do governo do Rio de Janeiro.