Em circulação desde o Brasil Império, as notas contam com figuras inusitadas, assinaturas feitas à mão e carimbos de correção
Milton dos Santos, de 51 anos, é um colecionador ávido. Desde a adolescência, ele já reuniu acervos de chaveiros, celulares antigos, embalagens de cigarro, selos e álbuns de figurinha. Mas sua grande paixão são as cédulas e as moedas.
Vindas de diversos países, as peças da coleção começaram a ser reunidas desde que Milton tinha 14 anos de idade. Hoje, ainda que seja difícil fazer essa conta, ele estima que possui cerca de 2 mil cédulas no total. Dessas, mais de 500 são só do Brasil.
Em entrevista à Aventuras na História, o colecionador reuniu algumas curiosidades pouco conhecidas sobre o dinheiro brasileiro. “Existem alguns fatos que são legais apenas para colecionadores”, ele brinca, mas há também aqueles que as pessoas até se assustam quando descobrem.
Confira 5 curiosidades sobre as cédulas brasileiras que pouca gente conhece:
1. Raízes
A primeira cédula brasileira, de 1 mil réis, data de 1833, da época do Império. A estampa, na época, era um brasão das armas do Império e não contava com personagens. Desde aquele ano, já passamos por nove padrões monetários e a grande maioria das notas vinha de Londres e dos Estados Unidos. A primeira cédula a ser feita em terras tropicais foi impressa apenas em 1969, curiosamente, o ano que Milton nasceu.
2. Personagens mulheres
“Você sabe quantas personagens mulheres já foram homenageadas nas cédulas brasileiras? Duas”, Milton conta, com tom de indignação. As figuras históricas eram a Princesa Isabel e Cecília Meireles. Ainda assim, existiram outras representações femininas, como a efígie e a Baiana, presente na cédula de 50 mil Cruzeiros Reais.
3. Assinaturas inusitadas
"Toda cédula tem que trazer a chamada chancela, que é a assinatura nos cantos da nota", explica o colecionador. "No Brasil, as notas são assinadas pelo Ministro da Fazenda". Como, nos anos 1990, o cargo foi ocupado por Fernando Henrique Cardoso, existem raras cédulas assinadas pelo homem que também foi Presidente da República, uma particularidade incomum e que tem um valor alto no mercado das coleções.
4. Impressão humana
Segundo Milton, antes da criação do Banco do Brasil, o órgão responsável pela emissão das cédulas era o Tesouro Nacional. "Nessa época, todas as notas eram autografadas por um funcionário da instituição" que literalmente assinava as cédulas individualmente, com caneta tinteiro, como uma "forma de evitar a falsificação", o colecionar conta.
5. Carimbos
Em alguns casos das transições de padrão monetário no Brasil, a mudança era motivada pela alta na inflação. Quando isso acontecia, o órgão responsável pela emissão das cédulas na ocasião escolhia por "cortar os zeros do valor". Assim, enquanto novas notas eram projetadas e impressas, as antigas, já em circulação, recebiam os chamados carimbos, que serviam para remarcar e atualizar o valor.
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