Em 1926, a famosa escritora de mistérios policiais, Agatha Christie, passou 11 dias desaparecida, em um evento controverso até hoje entre biógrafos
Publicado em 18/09/2024, às 10h00
Nascida em setembro de 1890 na cidade de Torquay, na Inglaterra, Agatha Mary Clarissa Christie DBE, mais conhecida como Agatha Christie, foi uma importante e extremamente influente escritora britânica, que atuou como romancista, contista, dramaturga e poetisa. Ela ficou conhecida principalmente por escrever famosos mistérios policiais, como 'Assassinato no Expresso do Oriente' e 'Morte no Nilo'.
Porém, um episódio da vida da escritora britânica também foi envolvido em grande mistério, e levantou grande preocupação na década de 1920. Durante 11 dias, Agatha Christie foi considerada desaparecida, sendo este período enevoado até hoje entre biógrafos; porém, agora esse mistério pode já ter sido desvendado.
Lucy Worsley, historiadora da BBC, acredita ter desvendado o caso do desaparecimento de 11 dias de Christie em 1926, e o que aconteceu com a escritora antes de reaparecer em um hotel em Yorkshire, a quilômetros de distância de sua própria casa em Berkshire.
Conforme repercute o The Independent, a historiadora acredita que Christie entrou em um "estado de fuga" nesse período, em que experimentou até mesmo de amnésia, perda do senso de identidade e, por isso, estaria também mais propensa a fazer viagens a locais aleatórios. E isso tudo pode ter sido causado por traumas emocionais.
"Em 1926, Agatha era uma romancista de sucesso e estava sob muita pressão para continuar produzindo livros. Mas sua mãe morreu naquele ano e ela entrou em um episódio do que hoje seria descrito como uma depressão", explicou Worsley à revista BBC History.
Ela relatou esquecimento, choro, insônia, incapacidade de lidar com a vida normal. Seu estado mental ficou tão ruim que ela pensou em suicídio. Ela então entrou, acredito, em um estado de fuga", complementa.
Além da morte de sua mãe, outro fator que teria contribuído para o "estado de fuga" de Agatha Christie seria ela ter descoberto que seu marido, o coronel Archie Christie, tinha um caso com uma mulher mais jovem.
Por todos esses motivos, quando o carro da escritora foi encontrado abandonado em dezembro de 1926, uma extensa caçada — que pode ter envolvido mais de 15 mil voluntários — teve início, a fim de encontrá-la, movida pela preocupação do que poderia ter acontecido.
Eventualmente, Agatha Christie foi encontrada em um hotel em Harrogate, na Inglaterra, hospedada sob o nome de "Sra. Teresa Neele". Vale mencionar que "Neele" era o sobrenome da amante de seu marido, o que levantou a especulação de que o incidente teria sido, na verdade, apenas uma manobra da escritora para chamar atenção para si e vender mais livros.
No entanto, Lucy Worsley não acredita nesta versão da história: "Isso não é incriminar seu marido infiel por assassinato, isso é viver com um problema de saúde mental muito sério".