Para muitos, a ideia de que é possível observar a Muralha da China do espaço se tornou fato; a verdade, no entanto, é outra
Redação Publicado em 10/10/2024, às 14h00
A crença de que a Grande Muralha da China é visível do espaço a olho nu é um mito amplamente difundido, mas incorreto. Embora a Muralha seja uma das construções mais extensas já feitas pelo homem, sua visualização a partir do espaço sem auxílio óptico é praticamente impossível. Isso se deve à sua largura relativamente estreita em comparação com seu extenso comprimento.
Conforme elucidado pelo astrônomo Phil Plait em artigo para a Scientific American, o olho humano possui limitações naturais em termos de resolução espacial. Em condições ideais de iluminação, a resolução média do olho humano é de cerca de um minuto de arco.
Este termo, utilizado em astronomia, representa uma medida angular onde um grau é dividido em 60 minutos de arco. Para se ter uma ideia, detectar a Muralha da China a partir da Lua exigiria enxergar um objeto com espessura infinitamente menor do que a capacidade do olho humano, considerando que a Lua está a aproximadamente 380 mil quilômetros da Terra.
Mesmo observando a muralha a partir da órbita terrestre baixa, como na altura da Estação Espacial Internacional (ISS) a cerca de 400 quilômetros acima da superfície, a tarefa permanece além da capacidade humana natural. A estrutura apresentaria uma largura perceptível de apenas 0,1 minuto de arco, insuficiente para ser identificada sem ajuda tecnológica.
No entanto, existem construções humanas que são visíveis do espaço devido ao seu tamanho e contraste com o entorno. A usina Hidrelétrica das Três Gargantas, também localizada na China, é um exemplo citado pela NASA.
Com mais de dois quilômetros de extensão e características que contrastam marcadamente com o ambiente ao redor, essa estrutura destaca-se quando vista do espaço.
