Durante trabalhos de restauração na seção Jiankou da Grande Muralha, arqueólogos descobriram a escultura ornamentada
Publicado em 11/06/2024, às 11h52
Em meio aos trabalhos de restauração na seção Jiankou da Grande Muralha da China, uma descoberta inesperada surgiu: uma escultura ornamentada de um dragão. Escondida por séculos sob camadas de terra e tempo, a figura mítica ressurge agora como um símbolo da rica história e do legado imperial do país.
A Grande Muralha, composta por uma série de fortificações ao longo das fronteiras norte da China, serviu a diversos propósitos ao longo dos séculos. Além de defender o império contra invasores nômades, controlava o tráfego de mercadorias na Rota da Seda e regulava a imigração.
A seção Jiankou, localizada a cerca de 100 km ao norte de Pequim, se destaca por sua construção sinuosa ao longo de 20 km de montanhas escarpadas. Erguida entre 1500 e início de 1600 durante a Dinastia Ming, essa porção da muralha permaneceu relativamente intocada, preservada pela natureza ao longo do tempo.
A escultura foi encontrada por arqueólogos do Instituto de Arqueologia de Pequim durante a exploração de uma torre defensiva desabada (torre nº 12) em meio a uma densa floresta no topo de uma montanha. Ao escavar um corredor no interior da torre, depararam-se com um elemento arquitetônico adornado com escamas esculpidas.
À medida que avançavam na escavação, uma cauda majestosa, garras afiadas e, por fim, a cabeça imponente de um dragão se revelaram. Acredita-se que a escultura originalmente ornava o telhado da torre, servindo como símbolo do status elevado do defensor da torre na hierarquia militar da Dinastia Ming.
As escavações também revelaram um artefato intrigante: uma "barra de ferro" preta e vermelha do tamanho da palma da mão, adornada com um anel semicircular, de acordo com o Heritage Daily.
Identificada como o sub-canhão de uma lança portuguesa, essa relíquia oferece um vislumbre das trocas culturais e tecnológicas que ocorreram durante o período Jiajing da Dinastia Ming.