Eva tinha apenas sete anos de idade quando embarcou no RMS Titanic, que acabaria naufragando e levando cerca de 1500 pessoas à morte, incluindo seu pai
Publicado em 17/09/2024, às 18h00 - Atualizado em 18/09/2024, às 09h34
Na madrugada do dia 15 de abril de 1912, o RMS Titanic, o luxuoso transatlântico que se acreditava ser inafundável, afundou nas águas geladas do Atlântico Norte após colidir com um iceberg, levando cerca de 1500 pessoas à morte.
Mais de sete décadas depois da tragédia, o mundo foi surpreendido pela notícia de que uma equipe de exploradores franceses e americanos havia finalmente localizado os destroços do Titanic.
"Os primeiros pedaços de destroços que eles encontraram eram pedaços da caldeira, que haviam passado pela lateral do casco", afirmou Shelley Lauzon, da Woods Hole Oceanographic Institutiom ao The World at Six, da Radio CBC, dois dias após o anúncio da descoberta.
Como destaca o portal de notícias da CBC, entre os sobreviventes ainda vivos naquele ano de 1985 estava Eva Hart, uma britânica que havia embarcado ainda criança no luxuoso transatlântico com seus pais.
"Eles estavam a caminho de uma nova casa em Winnipeg. Eles nunca conseguiram", disse o jornalista Keith Morrison, do The Journal, ao descrever a história de Hart. "Mas Eva sobreviveu e ainda carrega memórias vívidas daquela noite."
Na época do desastre, Hart tinha apenas sete anos e dormia quando o Titanic colidiu com o iceberg. Seus pais a acordaram e a colocaram em um bote salva-vidas. A mãe também conseguiria embarcar em um dos botes. No entanto, não havia espaço para o pai de Eva, que ficou no navio.
"Eu era muito apegada ao meu pai. Sabia perfeitamente que nunca mais o veria", relatou Hart ao The Journal, de sua casa em Chadwell Heath, perto de Londres. Ela observou, impotente, o naufrágio do Titanic enquanto estava no bote salva-vidas.
"Tudo o que pude ver foi o navio afundando. Era uma noite terrivelmente escura, iluminada pelas estrelas, sem luar, e esse tremendo navio demorou mais de duas horas para desaparecer", descreveu. "Foi uma visão horrível, uma visão terrível."
Eva também se recordou do iceberg, dizendo que, ao se afastarem do navio, era possível vê-lo imponente atrás do Titanic, "muito grande". Para ela, a tragédia não era apenas uma lembrança distante, mas uma ferida aberta que jamais cicatrizou completamente.
Ao ser questionada sobre a descoberta do Titanic no fundo do mar, Hart expressou seu desejo de que o navio permanecesse intocado: "Para mim, como uma pessoa comum, é o túmulo do meu pai, e eu preferiria que fosse deixado em paz."