Um artista pode levar de 3 meses a 7 anos para pintar os símbolos que nasceram na Índia
As mandalas nasceram na Índia, incorporadas ao hinduísmo e ao budismo. São símbolos de plenitude que evocam representações do macrocosmo e do microcosmo, concebidas a partir da espiritualidade.
A palavra "mandala" vem do sânscrito e significa "círculo sagrado". Em tibetano é chamado "khil-khor" e atribui grande importância à relação estabelecida entre o centro e seus arredores, também entre o axis mundi e as quatro direções espaciais.
Em Bhoudhanath, Kathmandu, onde está localizada a mais importante "stupa" fora do Tibete, destaca-se um ponto de criação e venda. A sua voz mais autoritária, Bal Dungel, me deu permissão para fotografar os mais importantes, assim como os quatro artistas que os pintam, sem se repetirem em seus desenhos.
Os artistas trabalham oito horas por dia, seis dias por semana (no Nepal o dia de descanso é o sábado). Leva de 3 meses a 7 anos para pintar uma mandala. Eles ganham um salário mensal, não recebem comissão sobre a venda de suas obras, afinal, os direitos autorais pertencem ao empregador.
A mandala, que aparece abaixo, levou incríveis sete anos de trabalho (mais de 12 mil horas) para sua conclusão. Está à venda pelo preço recorde (para o Nepal) de US$ 1.500.000. Com ele, o comprador recebe os móveis, exibidos na imagem.
Edgardo Martolio é jornalista e escritor (laureado com a medalha de ouro da Société Académique D’Education et dEncouragemente Arts, Sciences e Lettres em Paris, França, 2007).