Em 2022, estudo sugeriu um destino intrigante para os esqueletos dos soldados de Napoleão Bonaparte que faleceram na batalha de Waterloo
Redação Publicado em 03/08/2024, às 12h00
Em 2022, mais de 200 anos após a batalha de Waterloo, que culminou na derrota de Napoleão Bonaparte, pesquisadores da Universidade de Glasgow publicaram um estudo sugerindo que os esqueletos dos soldados foram posteriormente vendidos para uso como fertilizante.
Os pesquisadores chegaram a essa sombria conclusão após analisarem uma série de documentos originais e inéditos sobre o campo de batalha em questão logo após a queda de Bonaparte.
Esses relatos descrevem com precisão a localização de três valas comuns contendo até 13.000 corpos. No entanto, não há registro confiável de que alguma dessas valas comuns tenha sido encontrada no local, explicou o professor Tony Pollard, conforme repercutido pelo Science Focus.
Na realidade, apenas alguns restos mortais da batalha foram revelados até agora. Isso inclui um esqueleto encontrado durante a construção de um museu no local em 2015 e ossos de pernas amputadas encontrados durante a escavação do hospital de campanha em 2019.
No passado, artigos de jornais do mesmo período mencionavam a prática macabra de saquear ossos humanos dos campos de batalha europeus para transformá-los em fertilizante, Pollard suspeita que isso possa ter ocorrido em Waterloo.
"Os campos de batalha europeus podem ter fornecido uma fonte conveniente de ossos que poderiam ser moídos para fazer farinha de osso, uma forma eficaz de fertilizante. Um dos principais mercados para essa matéria-prima era as Ilhas Britânicas", explicou Pollard em comunicado divulgado em 2022.
"Waterloo atraiu visitantes quase assim que a fumaça dos canhões se dissipou. Muitos vieram para roubar os pertences dos mortos, alguns até roubaram dentes para fazer dentaduras, enquanto outros vieram simplesmente para observar o que havia acontecido."
"É provável que um agente de um fornecedor de ossos chegasse ao campo de batalha com grandes expectativas de garantir seu prêmio."
"Os alvos principais seriam as valas comuns, pois conteriam corpos suficientes para justificar o esforço de escavar os ossos."
Pollard agora planeja liderar uma pesquisa geofísica sem precedentes na área, que deverá durar vários anos.
"A próxima etapa é voltar a Waterloo e tentar mapear os locais das sepulturas resultantes da análise dos relatos dos primeiros visitantes reportados aqui", disse ele.
"Se os restos humanos foram removidos na escala proposta, deve haver, pelo menos em alguns casos, evidências arqueológicas das covas das quais foram retirados, por mais truncadas e mal definidas que possam ser."
