Conheça a história dos aposentos reservados para uso pessoal de Maria Antonieta, rainha consorte da França, no Palácio de Versalhes
Publicado em 08/09/2024, às 09h00 - Atualizado em 10/09/2024, às 18h12
Os aposentos privativos da rainha no Palácio de Versalhes, na França, eram espaços cuidadosamente projetados e exclusivos para seu uso pessoal e para o serviço de suas damas de companhia. Localizados em torno de dois pátios internos, esses quartos ofereciam um refúgio de privacidade e tranquilidade.
Durante o século 18, eles foram modificados diversas vezes para se adequar aos gostos e necessidades de suas ocupantes, como Marie Leszczyńska e Maria Antonieta.
Conforme documentado pelo site oficial do Palácio de Versalhes, Marie Leszczyńska, esposa de Luís XV, costumava se retirar para esses quartos para ler, pintar e refletir em momentos de quietude, longe dos olhares da corte.
Esses espaços, decorados com atenção aos detalhes, eram adaptados conforme a moda e os interesses da época. No entanto, por limitações físicas, as salas não podiam ser ampliadas.
Quando Maria Antonieta assumiu esses aposentos, ela ordenou a criação de novos quartos no andar superior, como uma sala de bilhar. Ela também mandou construir um pequeno apartamento de verão no térreo, com um quarto, biblioteca e banheiro.
Entre os espaços curiosos do palácio, destaca-se a Sala Dourada, construída em 1735 para Marie Leszczyńska e depois modificada várias vezes por Maria Antonieta.
O responsável pelas mudanças finais que resultaram na aparência atual do espaço foi o arquiteto Richard Mique, que adaptou a decoração para trazer ares de modernidade ao local. Como destaca o site do palácio, os painéis de madeira esculpidos pelos irmãos Jean Hugues e Jean Siméon Rousseau substituíram as sedas que antes adornavam a sala.
Entre os móveis preservados, está a Cômoda de Riesener, uma das melhores criações do marceneiro, originalmente entregue para o quarto da rainha em Marly, e os vasos Sèvres de estilo chinês, provenientes de seu apartamento em Saint-Cloud.
Outro destaque dos aposentos é a Sala Méridienne, um cômodo de formato incomum com paredes irregulares que permitia à rainha descansar ao meio-dia sem ser incomodada. A decoração definitiva foi realizada em 1781, após o nascimento do tão esperado herdeiro de Maria Antonieta.
Os painéis de madeira esculpidos pelos irmãos Rousseau foram complementados por bronze de Pierre Gouthière nas portas envidraçadas, com referências alegóricas ao casal real e seu amor, simbolizado por guirlandas de rosas e flechas.
Graças ao apoio da Société des Amis de Versailles, a Sala Méridienne passou por restauros entre 2013 e 2020, que contaram com a restituição da decoração têxtil da época de Maria Antonieta.
A biblioteca da rainha, construída por Richard Mique entre 1779 e 1781, era outro espaço de grande importância para a soberana.
A sala, restaurada entre 2017 e 2020, abrigava sua coleção de livros, transferida para Paris durante a Revolução Francesa e, em sua maioria, hoje está conservada na Biblioteca Nacional da França. Devido ao crescimento da coleção, a biblioteca foi expandida em 1783, utilizando-se uma sala ao lado.
No segundo andar dos aposentos, Maria Antonieta tinha ainda um conjunto de pequenas salas reservadas para seu uso particular, incluindo uma sala de jantar, um boudoir e uma sala de bilhar, todas decoradas com os mais finos móveis e obras de arte da época.
Outros cômodos no andar superior, embora mais simples em decoração, abrigam atualmente coleções do museu relacionadas à vida e história de Maria Antonieta.
