A rainha guilhotinada marcou a França, mas passou por diversos episódios pouco conhecidos pelos entusiastas da História
Joseane Pereira, atualizado por Wallacy Ferrari Publicado em 17/10/2021, às 06h00 - Atualizado em 21/10/2021, às 08h00
A notável rainha francesa Maria Antonieta foi capaz de marcar a história da humanidade por sua trajetória em uma das mais importantes monarquias que o mundo já viu. Contudo, em suas passagens pessoais ao longo da vida, diversos episódios passaram despercebidos por quem acompanhou a trajetória na monarca. Sabendo disso, o portal Aventuras na História separou alguns fatos pouco conhecidos da rainha consorte!
Confira 10 curiosidades que você não sabia sobre Maria Antonieta:
Como peões em um jogo de xadrez, Antonieta e Luís Augusto se casaram para selar a união entre dois países em desacordo: França e Áustria. O casamento ocorreu em 19 de abril de 1770, e o irmão de Maria Antonieta substituiu seu noivo, que tinha apenas 15 anos. Em 16 de maio, o casamento oficial ocorreu no Palácio de Versalhes.
De acordo com o senso comum, Antonieta detestava os pobres e agia de forma muito rígida. Entretanto, há quem diga o contrário: ela teria fundado um lar para mães solteiras, visitava e dava alimentos a famílias pobres e, durante a fome de 1787, vendeu talheres reais para comprar grãos aos necessitados.
Além disso, lendas afirmam que ela teria auxiliado um produtor de vinho atingido por sua carruagem, pagando pelos cuidados médicos e ajudando sua família até que ele pudesse voltar ao trabalho.
Outra ideia fácil de propagar é a de que os gastos exorbitantes de Antonieta, assim como sua alienação com relação aos problemas do povo, foram o estopim para a queda da Bastilha.
Acontece que o país já enfrentava problemas estruturais, agravados pelo auxílio em dinheiro que Luís XVI enviava ao Novo Mundo para apoiar a Revolução Americana. Lendas sobre a extravagância de Antonieta eram comumente destinadas às amantes reais; mas, já que o rei não tinha amantes, as acusações iam direto para ela.
Para acompanhar o marido em caçadas, Antonieta foi orientada a cavalgar em burros calmos e dóceis, considerados menos perigosos que cavalos pela sua escolta real. Entusiasmada com os animais bem menos enérgicos e pesados de conduzir, a monarca organizava caminhadas na floresta três vezes por semana, acompanhada de seu burrinho.
Este era realmente um gasto extravagante. A rainha era detentora da réplica de uma fazenda camponesa, onde ela e seus amigos se vestiam como pastores e brincavam como agricultores pobres. Brincadeira que ia além dos limites, o Le Petit Hameau (O Pequeno Hamlet) foi construído em 1783, e a maior diferença entre ele e fazendas comuns era que seu interior tinha ares de aposento real.
Antonieta fazia questão de contar com pequenos ao seu redor e compartilhar o conforto e segurança na criação deles; junto de Luís XVI,teve quatro filhos: Maria Theresa em 1778, Luís José em 1781, Luís Carlos em 1785 e Sofia em 1786.
Sofia morreu antes de seu primeiro aniversário, e Luís José faleceu aos sete anos, provavelmente de tuberculose. Além deles, Antonieta também teve várias crianças adotivas, como a filha de uma empregada falecida e os três filhos de um funcionário que também morreu.
A rainha guilhotinada nunca chegou nem perto de dizer algo assim; quem a conhecia afirmava uma preocupação com a situação do povo. A citação foi retirada das Confissões de Jean-Jacques Rousseau, um dos grandes inspiradores da Revolução Francesa, morto em 1778 - 11 anos antes do começo do movimento. No livro, Rousseau menciona que uma princesa, cujo nome não é citado, teria dito essas palavras ao ver o povo faminto.
Após a execução de seu marido, Maria Antonieta recebeu uma visita interessante. Seu amigo Alexandre Gonsse de Rougeville deixou dois cravos na cela onde ela estava, ocultando notas que poderiam ser utilizadas para subornar os guardas. Entretanto, na noite da fuga, um dos guardas subornados acabou frustrando seu plano de liberdade.
Embora tenha vivido de maneira luxuosa, as últimas palavras da rainha foram muito humildes. A caminho da guilhotina, que faria sua cabeça rolar dentro de poucos minutos, ela acabou tropeçando no pé do carrasco e dizendo: “Perdoe-me, senhor. Eu não pretendia fazer isso”.
Em 16 de outubro de 1793, o corpo de Maria Antonieta foi jogado em uma vala comum no cemitério Madeleine. Em 1815, após a queda de Napoleão Bonaparte e com a Restauração Bourbon, os corpos de Antonieta e Luís XVI foram exumados e enterrados na Basílica de St. Denis. Seus restos mortais se encontram lá até os dias de hoje.
228 anos após a morte da monarca francesa, o site Aventuras na História inicia o podcast 'Desventuras na História' com um episódio incrível que narra a trajetória de Antonieta, condenada à morte na guilhotina.
Com narração do professor de História Vítor Soares, idealizador do podcast 'História em 30 minutos', serão episódios semanais que falam sobre a vida íntima de personagens que marcaram a História.
“Para mim esse projeto é ótimo”, explica o professor. “Minha expectativa principal é fazer com que as pessoas entendam que a história não precisa ser maçante, pode ser bem descontraída. E acredito que o site da Aventuras na História já tem essa pegada.”
Abaixo, você confere o episódio.