Recentemente, foram encontrados restos mortais de uma mulher e um jovem que morreram enquanto tentavam escapar da erupção do Vesúvio
A cidade de Pompeia, famosa por sua trágica destruição em 79 d.C., continua revelando detalhes impressionantes sobre os momentos finais de seus habitantes.
Recentemente, arqueólogos encontraram os restos mortais de uma mulher e um jovem que morreram enquanto tentavam escapar da erupção do Monte Vesúvio. Esses achados oferecem um novo vislumbre sobre o desespero e as escolhas feitas por aqueles que enfrentaram a catástrofe há quase 2.000 anos.
Localizada ao sul da atual Nápoles, Pompeia era uma próspera cidade turística com cerca de 10.000 a 20.000 habitantes. No entanto, quando o Vesúvio entrou em erupção, um fluxo piroclástico de gás quente, lava e cinzas envolveu a cidade, matando cerca de 2.000 pessoas em questão de minutos.
Entre elas estavam as duas vítimas recém-descobertas, que foram encontradas em uma pequena sala de 2,8 por 3,5 metros, numa casa que começou a ser escavada em 2023.
Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, ressaltou, de acordo com o portal Live Science, que o estudo das vítimas oferece uma conexão com seu sofrimento e angústia, e que o trabalho arqueológico deve ser conduzido com sensibilidade.
Mesmo depois de dois milênios, encontramos o sofrimento e a angústia das pessoas que pereceram, e é nosso dever abordá-los com sensibilidade e precisão", destacou.
A escavação foi complexa devido à fragilidade dos esqueletos e objetos, exigindo extremo cuidado na remoção dos materiais.
De acordo com a fonte, o esqueleto da mulher foi encontrado próximo a uma cama, acompanhado de pequenos tesouros, como moedas de ouro, prata e bronze, além de brincos de ouro e pérola. Também havia uma chave, sugerindo que ela pode ter tentado resgatar objetos de valor antes de fugir.
A análise dos ossos revelou que ela tinha entre 35 e 45 anos quando morreu. O jovem, de aproximadamente 15 a 20 anos, foi encontrado esmagado pelo colapso de uma parede, perto do que parecia ser uma saída. Não se sabe, até o momento, qual seria a relação entre os dois.
Além dos esqueletos, os arqueólogos encontraram uma mesa de madeira com tampo de mármore, talheres, luminárias de vidro e outros utensílios. Graças ao uso de gesso nas cavidades deixadas pelos objetos, foi possível reconstruir a posição original dos móveis e compreender melhor o ambiente em que as vítimas viviam.
Esse achado faz parte de um projeto arqueológico maior para desenterrar mais detalhes sobre o sítio de Pompeia. Nos últimos anos, diversas descobertas vieram à tona, como o esqueleto de outro homem tentando escapar da erupção, afrescos detalhando refeições e inscrições descrevendo eventos cotidianos.
Zuchtriegel enfatiza que esse trabalho vai além da arqueologia ou da história da arte; trata-se de entender o sofrimento humano e as escolhas feitas em meio ao caos.
Segundo ele, os habitantes de Pompeia não compreendiam plenamente a natureza dos vulcões ou terremotos, o que torna a tragédia ainda mais angustiante.
+ Confira mais detalhes da descoberta.