A descoberta revela informações cruciais sobre o desenvolvimento dos grupos humanos que habitaram o território por milhares de anos
A revista científica Science Magazine divulgou recentemente um estudo que analisava os restos genéticos dos humanos que viveram na região central dos Andes, mais especificamente na região hoje peruana.
O resultado apontou que os grupos humanos que lá viviam há 9 mil anos, no Planalto andino, são um grupo completamente diferente dos que viviam na costa do Oceano Pacífico. Além dessa diferença, 5.800 anos atrás, os povos ao norte do Peru eram distintos dos que viviam ao sul.
Para os pesquisadores responsáveis pela descoberta, os genes dessas populações fluíram e se distinguiram durante todo esse período, tendo se estabilizado — ou pelo menos se tornado menos distinto — há, somente, 2 mil anos.
A conclusão que puderam chegar foi a de que a queda de civilizações como os Moche, Wari e de Nazca, não derivaram de uma imigração massiva, muito menos por ação de colonizadores. Aliás, cidades do povo Inca e Tiwanaku continham pessoas de diferentes grupos étnicos.
Francesca Giulietta Fernandini Parodi é arqueóloga na Pontifícia Universidade Católica do Peru e se mostra ansiosa com as novas descobertas: “É importante integrar nossos estudos com evidências antigas de DNA para obter um cenário mais claro ”, diz ela, "é um grande avanço no estudo de populações andinas antigas".