Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Irmãos Menendez

Advogado dos Irmãos Menendez alega 'preconceito de gênero' na sentença

Advogado afirma que os Irmãos Menendez poderiam estar livres se fossem mulheres, destacando como o entendimento sobre abuso influenciou o caso

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/09/2024, às 16h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Irmãos Menendez - Getty Images
Irmãos Menendez - Getty Images

O caso dos irmãos Menendez volta a ganhar destaque com a estreia da série "Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais", da Netflix.

Em recente entrevista ao portal Newsweek, Mark Geragos, advogado de apelação dos irmãos, afirmou que Lyle e Erik Menendez poderiam estar em liberdade se fossem mulheres. Segundo ele, o preconceito de gênero influenciou o veredito que condenou os irmãos à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

Os irmãos Menendez admitiram ter assassinado seus pais em 1989, mas alegaram que agiram em legítima defesa, temendo que seu pai, que teria abusado sexualmente de Erik por anos, estivesse prestes a matá-los para esconder o caso de abuso.

No entanto, durante o segundo julgamento, que ganhou as manchetes em 1995, o juiz excluiu evidências de abuso sexual, e a acusação argumentou que os irmãos agiram por ganância, com o objetivo de herdar a fortuna de seus genitores. Como resultado, eles foram condenados por homicídio de primeiro grau.

Agora, Mark Geragos questionou como o entendimento da sociedade sobre o abuso pode ter influenciado o resultado do julgamento. "Se fossem duas irmãs, elas não estariam presas agora e não teriam sido condenadas por assassinato", afirmou o advogado ao Newsweek, destacando que o juiz limitou os argumentos da defesa sobre o abuso infantil. Ele também destacou a falta de reconhecimento de como crianças reagem ao abuso em comparação com vítimas adultas.

A decisão do tribunal de não considerar a alegação de abuso infantil no caso dos Menendez foi um ponto controverso. "O juiz realmente decidiu que abuso infantil não era suscetível de intenção, enquanto abuso conjugal teria sido", comentou Geragos.

Dificuldades

Especialistas em direito e abuso infantil, como Deborah Tuerkheimer e Jennifer SimmonsKaleba, destacaram ao veículo internacional a dificuldade da lei em lidar com casos de abuso numa família, seja doméstico ou infantil.

Kaleba, vice-presidente de comunicações da RAINN (Rape, Abuse & Incest National Network), reforça que não existe um caminho linear para a sobrevivência à violência sexual e que muitos equívocos cercam a maneira como vítimas reagem ao abuso.

O caso Menendez também trouxe à tona a questão de como vítimas masculinas de abuso são percebidas. Tuerkheimer afirmou que meninos vítimas de abuso sexual enfrentam desafios adicionais, pois, essas situações seriam menos comuns e muitas vezes não reconhecidas, especialmente décadas atrás. 

Com a apresentação de novas evidências e apelo à justiça, Geragos espera conseguir uma nova sentença para os irmãos. Enquanto isso, o caso continua a gerar debates sobre justiça, abuso e preconceito de gênero.

Como mencionado, a história dos irmãos Menendez e as nuances de seu caso serão exploradas na série da Netflix 'Monstros - Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais', que chega ao catálogo nesta quinta-feira, 19.