Novo sucesso com Millie Bobby Brown na Netflix, 'Donzela' vem levantando hipóteses de que possa ser inspirado na história de uma princesa-ogra bastante casca-grossa da DreamWorks
Nesta semana, chegou à Netflix um novo filme estrelando uma das queridinhas da plataforma: 'Donzela', com Millie Bobby Brown. A jovem atriz, que conquistou grande público com a telepata Eleven em 'Stranger Things' e a perspicaz detetive Enola Holmes, agora dá vida a uma princesa nada indefesa que, para sua própria segurança, precisa garantir-se em uma luta contra um temível dragão.
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"Uma jovem concorda em se casar com um belo príncipe, apenas para descobrir que tudo não passou de uma armadilha. Ela é jogada em uma caverna com um dragão cuspidor de fogo e deve confiar apenas em sua inteligência e vontade para sobreviver", descreve a sinopse do filme, dirigido por Juan Carlos Fresnadillo.
Junto à repercussão do novo filme, hoje o mais assistido por brasileiros na plataforma, internautas apontaram uma semelhança entre a personagem principal, a princesa Elodie, e Fiona, princesa retratada na animação 'Shrek'. Mas afinal, existe realmente uma relação entre elas? Entenda!
Neste mundo fantástico em que 'Donzela' se insere, a família real deve pagar uma dívida com um temível dragão que vive nas montanhas e representa ameaça constante ao reino. Para manter a fera saciada, eles devem casar seus príncipes com jovens donzelas que, sem saber o que viriam enfrentar, são seladas na montanha e forçadas a navegar por corredores e túneis para escapar do faminto e traiçoeiro dragão.
O que o dragão não pode esperar, porém, é que a nova donzela levada para seu recinto, a princesa Elodie, não se deixaria ser levada sem lutar. Utilizando-se de toda a sua perspicácia, ela está pronta para lutar contra a criatura e, assim que sair da montanha, se vingar pela armadilha em que foi colocada.
Uma princesa guerreira, embora hoje já não seja um arquétipo inovador nos filmes, ainda chama atenção na cultura pop. Ainda mais porque devemos muito à contribuição da Disney na construção da imagem de princesas indefesas, que aguardam a chegada de um príncipe encantado que possa salvá-las de todo e qualquer tipo de mal.
Porém, não se pode negar que a história de Elodie lembra a saga turbulenta de Fiona, a princesa-ogra da franquia 'Shrek', que se consagrou no mundo das animações do começo dos anos 2000.
Atualmente com seis filmes — incluindo a sub-franquia spin-off do Gato de Botas —, a saga do ogro verde e rabugento conquistou o público, tanto infantil quanto um pouco mais velho, graças ao seu humor relativamente adulto e a grande subversão de vários personagens famosos dos contos de fadas.
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No caso, a própria princesa Fiona é um bom exemplo de quebra do arquétipo de princesa indefesa: devido a uma maldição, ela é condenada a se transformar em ogro após o pôr-do-sol.
Por essa razão, seus pais a trancaram em um castelo cercado por um fosso cheio de lava e protegido por um dragão — que, em sua própria subversão, também se torna um importante aliado nos outros filmes.
A princípio, ela ainda espera a chegada de seu príncipe encantado para salvá-la. Porém, quando o dito cujo chega — bem diferente do esperado —, todos os padrões de contos de fadas começam a ser quebrados, e ela se revela, inclusive, uma exímia lutadora, após espancar, sozinha, um grupo inteiro de homens na floresta.
Conhecendo um pouco sobre como se dá a construção das duas princesas, Elodie e Fiona, não seria surpreendente questionar se 'Donzela' não é quase que um spin-off em live-action focado em Fiona.
"Damsel" o live action disfarçado da versão Princesa Fiona de Sherek!#MillieBobbyBrown#damsel#Netflixpic.twitter.com/LFIjiJ9idX
— Gih🪄 (@millstwts) March 12, 2024
Nas histórias, as princesas aparentam ser indefesas a primeiro momento, entretanto, se mostram engenhosas, poderosas e motivadas.
De maneira objetiva, a resposta é não: 'Donzela' e 'Shrek' não possuem uma relação entre si, explica o Movieweb. Porém, é impossível negar que a princesa Fiona tenha representado, de maneira geral, na cultura pop, uma grande quebra do paradigma de "princesa indefesa", indo em contramão às princesas que, no máximo, cantavam sobre suas tristeza e solidão.