Popular entre os brasileiros, a loteria alternativa tem mais de duas décadas de exigência — e relação com o zoológico de Vila Isabel
A curiosa aposta em animais representados por grupos numéricos já se tornou um hábito conhecidamente brasileiro; simbólico por ser uma das formas mais fáceis de apostar, seu surgimento ocorreu, justamente, durante um período de falta de dinheiro de um empresário fluminense.
Em 1890, o diretor do Jardim Zoológico de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, João Batista Viana Drummond (o barão de Drummond), criou um jogo para atrair mais visitantes e sanar a falta de dinheiro do parque.
Foi assim que o jogo do bicho nasceu; na compra do ingresso, as pessoas ganhavam um cupom com a estampa de um entre 25 animais. Todo dia o barão escolhia um bicho e colocava sua figura em um quadro coberto, na porta principal.
Às 3 da tarde, ele mesmo divulgava o resultado. A aposta custava 1000 réis e o prêmio era de 20 vezes mais. O jogo fez tanto sucesso, a ponto de chegar bondes lotados ao zoo. Cinco anos depois, no entanto, foi proibido, mas já havia se espalhado por toda a cidade.
O bingo surgiu no século 14, na cidade de Gênova, na Itália, inspirado na eleição de deputados e senadores. Os nomes dos candidatos eram escritos em bolas e sorteados. O jogo espalhou-se pela Europa com Carlos VIII, rei francês que invadiu a península itálica no fim do século 15.
No Brasil, a primeira loteria surgiu em 1784, criada para arrecadar dinheiro para o término das obras da Casa de Câmara e da Cadeia de Vila Rica. Durante a Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas americanas instalaram diversas bases na América do Sul. Uma delas ficava em Caravelas, na Bahia.
Entre um trabalho e uma reunião, foi montado um cassino de invejar várias cidades brasileiras. Inúmeras mesas de jogos foram encontradas em ruínas romanas, sem causar muita surpresa: sabe-se que os imperadores Otávio Augusto e Calígula eram jogadores inveterados.