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Notícias / COMUNIDADE CRISTÃ

Vestígios do século 4 revelam comunidade cristã perdida

Primeiras evidências físicas de uma antiga comunidade cristã em Samahij, Bahrein, foram descobertas por arqueólogos da Universidade de Exeter, no Reino Unido

Luiza Lopes Publicado em 15/07/2024, às 15h19

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Ruínas de antiga comunidade cristã em Samahij, Bahrein - University of Exeter
Ruínas de antiga comunidade cristã em Samahij, Bahrein - University of Exeter

Arqueólogos da Universidade de Exeter, no Reino Unido, descobriram as primeiras evidências físicas de uma antiga comunidade cristã em Samahij, Bahrein. 

A descoberta inclui restos de uma estrutura que provavelmente servia como o palácio do Bispo da diocese, conhecida como Meshmahig ou Mašmahig, conforme registros históricos.

O edifício era muito bem construído, com paredes de pedra, rebocadas por dentro, e pisos de reboco. Soquetes e buracos indicavam onde portas e bancos haviam sido fixados internamente, e a cozinha continha várias lareiras feitas das bases ou topos de ânforas, como recipientes de armazenamento", disseram os arqueólogos, sugerindo um uso anterior como local de culto cristão.

Os moradores da construção tinham hábitos associados à elite. Por exemplo: vestígios de alimentos, carne de porco, peixes e mariscos, ainda em processo de análise, são indícios de fartura.

Também foram encontrados contas de cornalina, uma pedra semipreciosa, e vários fragmentos de cerâmica de origem indiana, que sugerem a participação em atividades comerciais, principalmente com a Índia.

Destacam-se também três cruzes de gesso e grafites com símbolos cristãos primitivos como o Chi-Rho e um peixe, indicativos claros da presença da Igreja do Oriente (Nestoriana) na região.

O que foi a Igreja do Oriente?

A Igreja do Oriente foi uma das principais divisões do Cristianismo Oriental Niceno, surgida das disputas cristológicas. Foi fundada segundo a tradição pelo Apóstolo Tomé no primeiro século d.C. e tinha sua própria teologia e liturgia distintas. A igreja teve sua presença marcante até a difusão do Islã na região árabe no século VII d.C, que marcou o início da era islâmica no Bahrein.

A partir da técnica de datação por radiocarbono, os pesquisadores descobriram que a estrutura foi ocupada entre os séculos 4 e 8, abandonada com a conversão ao islamismo da população local.

Local se tornará museu

A descoberta foi destacada por Timothy Insoll, do Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade de Exeter, como uma revelação fascinante sobre a "vida, trabalho e práticas religiosas na época".

O local será transformado em um museu, com inauguração prevista para 2025, preservando assim um importante vestígio histórico da antiga comunidade cristã do Bahrein.