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Notícias / Japão

Japão inicia operação para remover resíduos radioativos de Fukushima

Robôs especiais serão utilizados em nova etapa de remoção de resíduos radioativos da usina nuclear de Fukushima, atingida por um terremoto em 2011

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 10/09/2024, às 09h30

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Homem fazendo buscas em destroços provenientes do tsunami de 2011 no Japão - Getty Images
Homem fazendo buscas em destroços provenientes do tsunami de 2011 no Japão - Getty Images

Recentemente, foi iniciada no Japão uma operação extremamente difícil que pode servir como início para a remoção de detritos radioativos da usina nuclear de Fukushima. A região foi acometida por um tsunami em 2011, que levou à destruição da usina e à dissipação de resíduos radioativos por toda a região, resultando em uma das maiores tragédias nucleares de todos os tempos.

Nesta terça-feira, 10, a Tokyo Electric Power Company (Tepco) informou em declaração que sua "operação piloto de extração" teve início, e deve levar cerca de duas semanas. Nesta primeira etapa, apenas uma pequena quantidade de detritos radioativos será removida, para que possa ser estudada em busca de pistas sobre as condições internas dos reatores — apenas um passo para o descomissionamento da usina de Fukushima.

Segundo o The Guardian, 13 anos após o tsunami, cerca de 880 toneladas de material radioativo e perigoso segue na região. A remoção dos destroços dos reatores destruídos em 2011 — após um terremoto de magnitude 9,0, seguido por um tsunami — é considerada o desafio mais assustador do projeto para recuperar a área.

A nova operação foi planejada pela Tepco para ocorrer originalmente em agosto, pensando em coletar apenas três gramas de amostras para análise. Porém, na época foi detectado um problema envolvendo a instalação do equipamento necessário, e por isso o trabalho foi interrompido.

Ao todo, a usina nuclear de Fukushima contava com seis reatores nucleares, dos quais três estavam operando quando o tsunami atingiu a região, em 11 de março de 2011, que acabaram sendo derretidos. Devido ao alto nível de radiação da área, a Tepco precisou desenvolver robôs especializados com capacidade para funcionar ali dentro — como dois minidrones e um "robô em forma de cobra" implantados em fevereiro.

+ Primeiras imagens do interior do reator nuclear de Fukushima são reveladas

Outros desafios

Ainda hoje, o desastre de Fukushima ocorrido há mais de uma década é motivo para preocupação no Japão não somente pela radioatividade da região, que pode fornecer riscos àqueles que se aproximem. No ano passado, por exemplo, o país começou a despejar águar residuais de Fukushima, já tratadas, no Oceano Pacífico; o que desencadeou uma disputa diplomática com a China e com a Rússia.

Isso porque os dois países proibiram a importação de frutos-do-mar japoneses. O país, no entanto, insiste que não só o descarte da água é seguro — sendo apoiado inclusive pela agência atômica da ONU —, como também os peixes que ali vivem.

Vale mencionar também que, anteriormente, a Tepco já havia tentado promover alimentos da área de Fukushima, vendendo pêssegos cultivados na região. Famosos por serem bastante doces e suculentos, os pêssegos não são nada baratos: uma caixa com três unidades pode custar até mais de US$ 100.