Pesquisadores relatam que as ondas do tsunami alcançaram até 1,90 m de altura na costa brasileira, inundando áreas até 4 km terra adentro
Redação Publicado em 27/08/2024, às 14h30
Nesta segunda-feira, 26, um terremoto de magnitude 5,4 atingiu os arredores de Lisboa, em Portugal. No entanto, não é a primeira vez que o país já enfrentou eventos sísmicos devastadores.
O mais notável ocorreu em 1º de novembro de 1755, quando um poderoso terremoto, estimado entre 8,8 e 9,1 na escala Richter (criada em 1930), destruiu Lisboa, seguido por um tsunami e um incêndio que durou seis dias.
Estima-se que entre 20 mil e 100 mil pessoas perderam a vida nesse desastre, considerado um dos piores da história.
Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), liderados pelo professor Francisco Dourado do Centro de Pesquisas e Estudos sobre Desastres (CEPEDES), em colaboração com estudiosos portugueses, investigam os impactos do terremoto no Brasil.
Ao g1, eles contaram que ondas do tsunami alcançaram até 1,90 m de altura na costa brasileira, inundando áreas até 4 km terra adentro, com impactos significativos nas regiões que hoje correspondem a Paraíba e Pernambuco, e até registros de efeitos no Rio de Janeiro.
O estudo teve como base o levantamento histórico do professor Alberto Veloso, da Universidade de Brasília (UnB), autor do livro “Tremeu a Europa e o Brasil também”, que documenta a chegada das ondas do tsunami ao Brasil, segundo o jornal.
Evidências geológicas, como sedimentos e elementos químicos incomuns, além de foraminíferos, encontrados na costa nordestina, indicam que a região foi impactada por um evento de grandes proporções, diferente de tempestades ou ressacas comuns.
"No material coletado, a gente vê elementos químicos que não eram pra ser encontrados ali. Eram pra ser encontrados em regiões com mais profundidade. Ou seja, algo trouxe aqueles elementos até ali. Da mesma forma, há vestígios de micro animais que não deveriam ser encontrados na praia", explicou Veloso ao g1.
