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Notícias / Mato Grosso do Sul

Peixes e jacarés aparecem mortos após queimadas no Mato Grosso do Sul

Pescadores de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, avistaram incontáveis animais mortos em áreas devastadas pelo fogo

por Giovanna Gomes
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Publicado em 13/09/2024, às 17h30

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Animais apareceram mortos no MS - Divulgação
Animais apareceram mortos no MS - Divulgação

Pescadores do Mato Grosso do Sul denunciaram a morte em massa de animais na região de Corumbá, conhecida como a "capital do Pantanal", devido aos incêndios e à seca extrema que afetam o estado.

Registros em vídeo mostram milhares de peixes mortos em áreas devastadas pelo fogo, em local próximo à Baía do Castelo, segundo informações do portal O Globo. Na BR-262, as chamas também destruíram a vegetação, reduzindo o nível da baía e revelando carcaças de jacarés, enquanto outros animais lutam para sobreviver no que restou do ambiente.

Bruno Girotto, pescador com 15 anos de experiência, descreveu a situação como "a pior seca já vista no estado". Ele ressaltou que, além dos danos para os trabalhadores da pesca, a perda da biodiversidade é imensa, já que as baías servem como berçários de espécies marinhas.

"São peixes nobres como pintado e cachara que morrem nas baías até secarem completamente. O nível do Rio Paraguai está negativo, é uma tristeza sem fim", lamenta Girotto.

Incêndios

Os incêndios em Corumbá, uma cidade de pouco mais de 112 mil habitantes, têm causado destruição generalizada. O céu, escurecido pela fumaça das queimadas, contrasta com a fama da cidade, conhecida como "cidade branca" devido à presença de calcário.

Em 2024, Corumbá é o município que mais registrou incêndios no Brasil. Segundo o Monitor do Fogo, do MapBiomas, entre janeiro e agosto, 616.980 hectares foram destruídos pelas chamas.

A devastação atinge outras áreas do Pantanal, onde o bioma teve um aumento de 249% na área queimada em relação à média dos últimos cinco anos. Desde o início de 2024, 1,22 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo, com mais da metade desse total ocorrendo apenas em agosto, um recorde de 648 mil hectares queimados.